O governo dos Estados Unidos da América revelou na terça-feira que pediu a Cuba para aceitar os cubanos deportados, em troca de avanços na tramitação na obtenção de vistos.
De acordo com as declarações de funcionário de alto nível do governo norte-americano aos jornalistas, citada pela agência espanhola de notícias, a Efe, as reuniões sobre questões migratórias na semana passada foram "produtivas" e são encaradas como "o início de um bom diálogo".
A delegação norte-americana solicitou aos responsáveis cubanos que regressem ao acordo migratório de 2017, através do qual Cuba recebia os cubanos que os EUA deportavam, analisando as ações "caso a caso", e em troca avançaria o processo de tramitação dos vistos obtidos fora de Havana.
O departamento de imigração dos Estados Unidos (ICE, na sigla em inglês) denunciou recentemente que Cuba não estava a aceitar nenhuma deportação de cubanos desde outubro através de voos comerciais ou alugados que fossem provenientes do território norte-americano.
Por seu lado, Cuba acusa os EUA de não cumprirem o compromisso de emitir "pelo menos 20 mil vistos anuais a cubanos" que permita a emigração legal, como foi acordado em 2017.
Os EUA e Cuba retomaram em Washington o diálogo bilateral sobre assuntos migratórios, ainda que com suspeitas mútuas, pela primeira vez desde a chegada de Joe Biden à Presidência norte-americana.
As reuniões eram habituais até Donald Trump ser eleito Presidente dos Estados Unidos, altura em que fez marcha-atrás no histórico processo de reaproximação a Cuba, iniciado pelo seu antecessor, Barack Obama, chefe de Estado entre 2009 e 2017.