AHP. Bernardo Trindade vai amanhã a eleições

AHP. Bernardo Trindade vai amanhã a eleições


Ex-secretário de Estado do Turismo apresentou-se como único candidato. Raul Martins despede-se da liderança da associação.


A Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) vai esta quarta-feira a eleições. Raul Martins despede-se do cargo, depois de ter assumido as rédeas da associação em 2016, e será eleito Bernardo Trindade, administrador do Porto Bay Hotels & Resorts e o atual vice-presidente da associação. O prazo para a entrega de candidaturas terminou no dia 13 e o ex-secretário de Estado do Turismo do Governo de José Sócrates apresentou-se como único candidato. A tomada de posse da nova direção está marcada para a próxima sexta-feira.

Na altura da apresentação da candidatura, Bernardo Trindade disse que, após seis anos (três mandatos) como vice-presidente da associação, sente-se “preparado para esta responsabilidade maior: liderar a associação neste tempo que todos esperamos de recuperação, depois de uma crise sem precedentes num dos setores mais afetados pela pandemia”. E recorda que foram dois anos que “deixaram marcas muito profundas”, com uma falha brutal de mercado, com uma ausência de procura por parte dos clientes, e  que os balanços das empresas hoteleiras foram fortemente afetados”, chamando ainda a atenção para os riscos atuais, como a guerra na Ucrânia já se traduzir numa “escalada de preços com implicações fortes na exploração das empresas hoteleiras”, revelou nas redes sociais.

A atual direção foi uma das vozes críticas em relação à composição do novo Governo por a pasta do turismo ter perdido a exclusividade na nova secretaria de Estado do Turismo Comércio e Serviços, ao considerar que esta fusão retira importância ao setor. “A AHP lamenta esta junção das pastas que, claramente, ignora a importância e o peso que o turismo tem para a economia nacional, quer no PIB, quer no emprego, quer nas exportações nacionais (segundo a WTTC, Portugal foi, em 2019, o 5.º país com maior contributo do turismo para o PIB)”, referiu.

E chamou ainda a atenção para a necessidade de diálogo entre o Governo e o setor privado na nova legislatura. “O turismo português está a sair do momento mais difícil da sua história, o cenário internacional é instável e cheio de incógnitas, mas espera-se que a retoma do turismo se confirme, pelo que é absolutamente fundamental continuar a haver uma estreita colaboração entre o Estado e o setor privado”.