A Polícia Judiciária (PJ) está a investigar uma “situação que tem a ver com eventual ataque informático” ocorrido na madrugada de domingo aos sites do grupo Cofina, que estão indisponíveis, desde essa altura. A informação foi avançada à Lusa por fonte da PJ e revela que a Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime e à Criminalidade Tecnológica (UNC3T) da PJ está já a investigar o sucedido e a “avaliar os indicadores” que podem levar aos autores do ataque.
Uma informação que ao início da tarde de hoje foi confirmada. Os sites dos meios detidos pela Cofina Media, estiveram, durante uma parte da noite e esta manhã, inacessíveis devido a problemas técnicos que motivaram a sua indisponibilidade.
"A Cofina Media encontra-se, em conjunto com as autoridades, a averiguar a origem que motivou esta indisponibilidade”, referiu em comunicado. E acrescentou que: “Independentemente da origem que venha a ser apurada, os dados dos assinantes dos nossos títulos bem como os dados dos nossos jornalistas, nomeadamente emails, estiveram sempre salvaguardados”.
O Correio da Manhã, Sábado, Jornal de Negócios, CMTV e Record ficaram indisponíveis durante largas horas. Ao início da tarde, o Record, o Correio da Manhã e a CMTV passaram a estar online. O grupo Cofina esclarece ainda que “esta indisponibilidade online acontece no dia seguinte, à CMTV ter atingido o seu máximo de audiência diário desde a sua criação, ao atingir 10,7% de share diário, assegurando o terceiro lugar nas audiências de televisão em Portugal, com o CM Jornal, emitido em horário nobre, ter segundo a GFK, atingido 13,5% de quota de mercado”.
A mesma fonte da PJ diz, no entanto, que “não está comprovado” que o ataque informático tenha sido causado pela organização Lapsus$, mas, esta partilhou o tweet do Correio da Manhã no Telegram este domingo, sem acrescentar mais informações, nem a assumir qualquer responsabilidade.
A PJ reconheceu também que a cibercriminalidade tem aumentado de forma exponencial e apelou à adoção de medidas de segurança informáticas, incluindo medidas de redundância informática e utilização interna de credenciais e passwords para evitar este e outros tipos de ataque.
Recorde-se que o Lapsus$ foi responsável em janeiro pelo ataque informático à SIC e ao Expresso, no início do ano, não lhes permitindo publicar notícias durante vários dias. O grupo Impresa acabou por desenhar novos sites após o ataque informático, não estando ainda reposta toda a normalidade.
Na altura, Luís Lobo e Silva, managing partner da Focus2Comply (F2C), garantiu ao i que havia muitas formas de o ataque ter acontecido. “Poderá ser sob a forma de diversos vírus mas a questão aqui não é tanto que vírus é, é a forma como entrou e como é possível que isto aconteça. Isto é software malicioso e a partir do momento em que entra numa máquina, num servidor, pode entrar de diversas maneiras”.E alertou: “É importante perceber que nenhuma organização está 100% imune. Nenhuma mesmo, infelizmente”, diz, usando uma analogia: “Não conseguimos assegurar que um banco ou um condomínio com segurança não seja assaltado. As probabilidades são imensas”.
Notícia atualizada às 15h43