O orçamento é a quantificação e valorização do plano do primeiro ano do plano estratégico.
Para tal é preciso definir o pensamento estratégico com a necessária analise de uma envolvente macroeconómica e microeconómica, um diagnostico de situação e a formação estratégica com missão e objetivos, bem como a organização e implementação da estratégia com respetiva estrutura organizacional e políticas de gestão.
De facto, existe necessidade, numa economia global dominar todos os aspetos conjunturais e estruturais, porque nem todas as indústrias são igualmente atrativas, particularmente em Portugal, existem sectores com níveis de rentabilidade muito elevados, com valores de vendas acima da média, contra outros de rentabilidade nula ou negativa.
Para o desenvolvimento da atividade económica (taxas de crescimento e rentabilidade) devera calcular-se assim o valor da atratividade sectorial em Portugal que faça a ligação á atividade privada.
Qualquer sector é mais atrativo se maior for dimensão atual e futura juntamente com os seus resultados operacionais.
È necessário dotar a economia com a utilização dos instrumentos de gestão tendo em conta o potencial de novas entradas, a pressão de produtos substitutos, o poder negocial dos clientes e dos fornecedores, a rivalidade entre concorrentes, e mais uma vez se verifica a ligação entre as empresas, famílias e as economias mundiais.
O nível de atividade económica nacional mostra um país em estagflação (ritmo de crescimento baixo, e subida inflação),a produção é insuficiente para a responder a procura global .
(a propensão em investir é fraca (os acréscimos dos investimentos ainda que em subida são baixos).
Do ponto de vista macroeconómico será preciso aumentar o volume de bens capital que pressupõe poupanças para aquisição dos mesmos, imprescindível para diminuir as deficiências estruturais, do sector privado e publico.
Haverá fatores que limitam os níveis de investimento como taxas de juros, recursos financeiros, carga fiscal, e aspetos de lentidão de processos, (legislação laboral) suportada pelas empresas e famílias e clara posição por parte das entidades oficiais para incentivar o investimento.
Para satisfazer em simultâneo a parte macroeconómica (da sociedade como um todo) e de ordem microeconómica das empresas será necessário construir um modelo de incentivos financeiros e fiscais que devera ser analisado através de rigorosa avaliação de todos os projetos com os necessários cálculos de rentabilidade e continuidade.
Este modelo poderá servir também como instrumento de politica económica ou seja aumentar a formação bruta de capital fixo atuar sobre a balança de pagamentos aumentando o crescimento das exportações e diminuindo as importações fundamental orientar o investimentos para sectores com maior produtividade e regiões com menos saturação, incrementar a produtividade aumentando possibilidades de concorrência tendo em vista o redimensionamento das empresas investigação /formação.
Como instrumento de política financeira devera propor uma política seletiva de crédito com vista a maior rentabilidade, criação de emprego e reembolso do capital investido.
Em resumo o modelo a efetuar devera contemplar
1) a produtividade económica sendo atraídos as propostas que recuperem mais rapidamente os fundos investidos .
2) Prioridade sectorial aplicando os recursos disponíveis num contexto de economia global e de integração na UE.
3) Prioridade regional pretende reduzir as assimetrias regionais permitindo por esta via acertar ainda nas regiões mais desfavorecidas, este modelo carece de se estabeleceram parâmetros e coeficientes de ponderação para chegar ao nível da produtividade global, permitindo assim a atribuição ou não de benefícios, incentivos fiscais e financeiros ou dotações de capital e possível articular o orçamento a um plano estratégico utilizando as ferramentas cientificamente reconhecidas como por exemplo modelos econométricos, analise matricial etc…. .
Alertas e interrogações.
Coesão territorial
Hip.1 – Do território que logica de especialização? , porque será que existem territórios de refúgio só com despovoamento e desertificação.
Hip.2 – A baixa densidade demográfica ,população envelhecida cria maior dependência de pensões de reforma ,prestações sociais em vez de criar o seu próprio rendimento, deve-se continuar esta dependência ou rompe-la ? , ou gerar atividades produtivas? coerentes em função do território criando rendimento local.
Hip.3 – Devera existir um país em que um terço do território tem a população junto ao mar e o restante serem floresta? sem qualquer tipo de contribuição em que existe desertificação, défice hídrico, e com as alterações climáticas o solo torna-se pouco rentável e os cursos de água pouco rentáveis, acresce ainda o desaparecimento dos produtos artesanais, naturais conduzidos ao abandono.
Hip.4 – Podem especializar-se as periferias? com a globalização e a economia aberta onde toda a evolução é criada pela mão do mercado, atualmente as periferias não são interessantes nem criam recursos para se especializarem, não será possível encontrar projetos situados no território e produtivos geradores de emprego? .
Por outro lado, para alterar esta situação pressupõe massa critica (recursos humanos e ferramentas interdependentes)
Em forma muito sintética e de conclusão diríamos que e possível fazer um a boa articulação entre o plano estratégico e o orçamento do ano, utilizando a ciência “económica e financeira”
Carlos Veloso
Economista e Professor Universitário