Luís Filipe Vieira, presidente do Benfica, e o empresário seu amigo José António dos Santos (conhecido por “O Rei dos Frangos”) estão a ser alvo de buscas por suspeitas de crimes de burla qualificada ao Fundo de Resolução bancária e ainda crimes de fraude fiscal qualificada e branqueamento de capitais.
A investigação está a ser liderada pelo trio Rosário Teixeira, Paulo Silva, da Inspeção Tributária de Braga, e Carlos Alexandre (o mesmo da Operação Marquês).
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A operação está a ser levada a cabo por mais de uma centena de agentes da PSP e da Inspeção Tributária (IT) e as buscas estão a ser realizadas às instalações do Benfica, à sede do Novo Banco (de que o presidente do clube foi um dos grandes devedores, ainda no tempo do antecessor desta instituição financeira, o Banco Espírito Santo – BES) e a empresas ligadas ao empresário José António dos Santos (conhecido por “O Rei dos Frangos”).
O presidente dos encarnados é também suspeito do crime de abuso de confiança referente a ganhos milionários que obteve na venda de 25% do capital do Benfica SAD a um empresário estrangeiro.
A investigação tem origem no processo Monte Branco, a conhecida rede Suíça de fraude fiscal branqueamento de capitais que operava em Portugal e foi desmantelada em 2011.
Esta operação ocorre três dias depois de o clube encarnado ter lançado uma nova emissão obrigacionista para arrecadar 35 milhões de euros.
“Poderá subscrever Obrigações Benfica SAD 2021-2024, com valor nominal unitário de 5 euros e taxa de juro fixa de 4% ao ano (TANB: Taxa Anual Nominal Bruta) através da Oferta Pública de Subscrição (“OPS”) dirigida ao público em geral", diz em comunicado.
O preço de subscrição por cada obrigação é de cinco euros, com um investimento mínimo de dois mil euros, o que corresponde a 400 obrigações. O prazo de subscrição termina às 15h no próximo dia 23 de julho de 2021.
Esta não é a primeira vez que o Benfica recorre a empréstimos obrigacionistas com vista a reduzir a sua exposição a empréstimos junto da banca. Atualmente há uma dessas emissões a atingir a maturidade. As obrigações emitidas em 2018 e têm agora de serem reembolsadas, embora parte já o tenha sido antecipadamente.
Em dezembro de 2019, a SAD avançou com um reembolso parcial na ordem dos 25 milhões. Essas obrigações pagavam um juro de 4% e, na altura, o Benfica financiou-se em 45 milhões de euros.
Notícia atualizada com mais informações