Os bimbos da bola


Digamos que são uns bimbos fascinados com as luzes que os iluminam. Adoro bimbos que se acham o máximo, com umas vestimentas de calcinhas curtas e umas camisolas justas, que não têm mundo, e nunca terão, até porque a essência deles não lhes permite mais. 


Há muitos anos que vejo o mundo do futebol por uma lente nacional. Os profissionais, regra geral – e falamos essencialmente de jogadores –, não têm mundo e só quando precisam de não cair no esquecimento é que se tornam humanos. É natural, pois muitos deles têm pouco mundo e como não sabem mais ficam viciados nas palmadas nas costas. E não é uma crítica, é apenas uma constatação. Quem gere jornalistas sabe bem que muitas vezes os mais novos não conseguem chegar às fontes, pois é normal que estas gostem de falar com quem têm confiança.

Ainda assim, se pedirmos a um jovem jornalista para tentar falar com um prémio Nobel da Ciência ou da Literatura, é provável que ele o consiga, nem que demore uma semana. Mas se pedirmos a esse jovem jornalista para falar com um ex-jogador de futebol que ainda tenha espaço de antena na televisão, vai ser um sarilho. É todo um mundo à parte, e é o melhor retrato do país: gente com sucesso relativo, é verdade, mas que não vê além dos euros e dos aplausos que recebe. Digamos que são uns bimbos fascinados com as luzes que os iluminam. Adoro bimbos que se acham o máximo, com umas vestimentas de calcinhas curtas e umas camisolas justas, que não têm mundo, e nunca terão, até porque a essência deles não lhes permite mais. Vejamos: nas últimas semanas, falámos com os maiores cientistas internacionais, com os maiores escritores, políticos, estudiosos e por aí fora. Além de prémios Nobel, entrevistámos José Fragata, Carlos Neto, Manuel Carmo Gomes, António Damásio, Alberto Manguel, António Barreto, Alexandre Castro Caldas, Mega Ferreira, Santana Lopes, Rui Moreira, entre tantos outros, que falaram sobre as suas vidas profissionais e pessoais. Esta semana, recebi algumas chamadas de jornalistas que tentaram fazer um artigo sobre os 20 anos de campeão do Boavista que se debateram com a má educação de alguns dos protagonistas que até faz pena. São apenas o retrato da pequenez deste país de bimbos. Felizmente que aqueles que jogaram lá fora não entram nesse campo.
Têm mais mundo.


Os bimbos da bola


Digamos que são uns bimbos fascinados com as luzes que os iluminam. Adoro bimbos que se acham o máximo, com umas vestimentas de calcinhas curtas e umas camisolas justas, que não têm mundo, e nunca terão, até porque a essência deles não lhes permite mais. 


Há muitos anos que vejo o mundo do futebol por uma lente nacional. Os profissionais, regra geral – e falamos essencialmente de jogadores –, não têm mundo e só quando precisam de não cair no esquecimento é que se tornam humanos. É natural, pois muitos deles têm pouco mundo e como não sabem mais ficam viciados nas palmadas nas costas. E não é uma crítica, é apenas uma constatação. Quem gere jornalistas sabe bem que muitas vezes os mais novos não conseguem chegar às fontes, pois é normal que estas gostem de falar com quem têm confiança.

Ainda assim, se pedirmos a um jovem jornalista para tentar falar com um prémio Nobel da Ciência ou da Literatura, é provável que ele o consiga, nem que demore uma semana. Mas se pedirmos a esse jovem jornalista para falar com um ex-jogador de futebol que ainda tenha espaço de antena na televisão, vai ser um sarilho. É todo um mundo à parte, e é o melhor retrato do país: gente com sucesso relativo, é verdade, mas que não vê além dos euros e dos aplausos que recebe. Digamos que são uns bimbos fascinados com as luzes que os iluminam. Adoro bimbos que se acham o máximo, com umas vestimentas de calcinhas curtas e umas camisolas justas, que não têm mundo, e nunca terão, até porque a essência deles não lhes permite mais. Vejamos: nas últimas semanas, falámos com os maiores cientistas internacionais, com os maiores escritores, políticos, estudiosos e por aí fora. Além de prémios Nobel, entrevistámos José Fragata, Carlos Neto, Manuel Carmo Gomes, António Damásio, Alberto Manguel, António Barreto, Alexandre Castro Caldas, Mega Ferreira, Santana Lopes, Rui Moreira, entre tantos outros, que falaram sobre as suas vidas profissionais e pessoais. Esta semana, recebi algumas chamadas de jornalistas que tentaram fazer um artigo sobre os 20 anos de campeão do Boavista que se debateram com a má educação de alguns dos protagonistas que até faz pena. São apenas o retrato da pequenez deste país de bimbos. Felizmente que aqueles que jogaram lá fora não entram nesse campo.
Têm mais mundo.