Marisa Matias: “Eu não daria posse a um Governo apoiado pelo Chega”

Marisa Matias: “Eu não daria posse a um Governo apoiado pelo Chega”


Candidata do BE não poupa críticas a André Ventura e diz que se ficar atrás do líder do Chega, nas presidenciais,  a derrota não é só sua mas também da democracia.


A candidata apoiada pelo Bloco de Esquerda na corrida a Belém, Marisa Matias, fez questão de marcar a diferença da posição de Marcelo Rebelo de Sousa quanto a um eventual Governo apoiado pelo Chega.

Ao contrário do que disse o atual Presidente da República, que referiu que em termos constitucionais não pode ser negado o apoio parlamentar de "um determinado partido", Marisa Matias garantiu: "Eu não daria posse a um Governo apoiado pelo Chega".

Em entrevista à agência Lisa, a candidata apoiado pelo BE reiterou que o seu adversário nestas eleições é o recandidato Marcelo Rebelo de Sousa, mas reconhece que, tal como qualquer candidato democrático, não se pode "demitir do combate à extrema-direita", referindo-se a André Ventura, também candidato às presidenciais.

Questionada sobre a possibilidade, apontada pelas sondagens, de ficar atrás de André Ventura, a bloquista respondeu: "Acho que é uma derrota sim, é uma derrota para a democracia, não é só para mim".

Para Marisa Matias, não cabe ao Presidente da República decidir sobre a constitucionalidade ou não de um partido, cabendo essa tarefa ao Tribunal Constitucional, mas considera que o chefe de Estado tem como obrigação "defender e proteger a Constituição e a democracia, bem como os valores que lá estão representados". E acrescentou: “Não coloco de parte que haja no futuro a necessidade de discutirmos ou não a existência do Chega, mas isso porque o próprio André Ventura parece que anda a pedir isso há não sei quanto tempo".

A candidata fez questão de sublinhar que o deputado e líder do Chega tem "um discurso absolutamente racista, xenófobo".

"Ele traz para o século XXI ideias do século XIX e eu acho que às vezes é mesmo a pedir para fazer esse combate, a pedir que alguém peça a ilegalização, a pedir que alguém o faça de vítima", acrescentou.