Linha SNS24 com “pressão muito forte” em setembro. Governo anuncia reforço de centros de atendimento

Linha SNS24 com “pressão muito forte” em setembro. Governo anuncia reforço de centros de atendimento


Em setembro, a linha atingiu recorde de chamadas. 


A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, adiantou, esta sexta-feira, em conferência de imprensa, que os “adultos jovens” são os mais afetados nesta fase da pandemia no país.

De acordo com os dados apresentados pela responsável da Direção-Geral da Saúde (DGS), 16% dos casos de infeção da última semana foram registados na faixa etária dos 20 aos 29 anos, 17% entre os 30 e os 39, 15% entre os 40 e os 49 e 13% entre os 50 e os 59. Acima dos 70 anos o valor é de 15%. 

“Mantém-se o grupo dos 20 aos 59 como aquele que está a ser mais afetado”, disse Graça Freitas.

Na mesma conferência de imprensa, Luis Goes Pinheiro, presidente dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, admitiu que a linha SNS24 voltou a sentir uma “pressão muito forte” no mês de setembro, com mais de 300 mil chamadas atendidas.

“Na segunda-feira tivemos o recorde de triagens feitas por enfermeiros, com mais de 10 mil e 200”, disse, revelando que, antes do início da pandemia, o mês com mais chamadas atendidas pela linha SNS 24 tinha sido o de janeiro de 2019, com cerca de 200 mil atendidas.

“Este ano, esse número foi ultrapassado em vários meses, tendo sido ultrapassada em dois meses a barreira das 300 mil chamadas”, detalha, adiantando que, além de setembro, o outro mês tinha sido março.

No entanto, ao contrário do que aconteceu em março, o tempo médio de espera têm-se mantido “muito estável”, destacou o responsável, adiantando que, excluindo o mês de março, o tempo médio de espera é de 52 segundos.

Ainda sobre a Linha SNS24, o secretário de Estado da Saúde, Diogo Serras Lopes, anunciou serão reforçados os centros de atendimento de chamadas, passando o número de profissionais de “1.350 para dois mil”, ainda durante o outono.

Graça Freitas informou ainda que, até à meia-noite, Portugal tinha 344 surtos ativos: 125 na região Norte, 35 no Centro, 142 em Lisboa e Vale do Tejo, 20 no Alentejo e 22 no Algarve. O que na opinião da diretora-geral da Saúde é um "número bastante inferior ao de outros períodos".

Questionado sobre a capacidade dos hospitais na região de Lisboa e Vale do Tejo, o secretário de Estado disse que "a taxa de ocupação [do internamento] se encontra entre os 70% e os 80%", havendo, desta forma, "folga relativamente à covid" em caso de aumento.

"A capacidade ainda não está em causa com os números atuais", garantiu Diogo Serras Lopes.

Segundo o governante, Portugal tem agora disponíveis 1.855 ventiladores nos hospitais, face aos 1.142 que tinha no início da pandemia, e o Governo não antevê comprar mais.

Dos ventiladores adquiridos, 966 já foram entregues e, destes, 713 já estão nos hospitais. “Os que faltam estão a ser testados e em vias de ser distribuídos”, explicou.

Luís Goes Pinheiro destacou ainda que já foram feitos 1.264 milhões de downloads da aplicação Stayaway Covid e já foram inseridos 107 códigos de pessoas com teste positivo.