Presidente da Câmara de Ovar quer cerca sanitária em Lisboa

Presidente da Câmara de Ovar quer cerca sanitária em Lisboa


Salvador Malheiro usou as redes sociais para questionar se existe “coragem” para fazer em Lisboa o mesmo que foi feito em Ovar.


O presidente da Câmara Municipal de Ovar, Salvador Malheiro, questionou ontem através da sua conta oficial no Twitter a razão pela qual ainda não foi decretada uma cerca sanitária em Lisboa, uma vez que é a capital que tem merecido maior atenção por parte da Direção-Geral da Saúde (DGS), com centenas de casos de covid-19 confirmados diariamente.

“A 17 de março percebeu-se o cerco emOvar. Era o único município em contaminação comunitária. Depois, todo o país passou a essa condição. Não fazia sentido fazer cercos. Entretanto, tudo melhorou. Hoje, Lisboa está a colocar em risco todo o país. Não esperem mais. Ou só há coragem para Ovar?”, escreveu Salvador Malheiro. 

Ontem houve mais 255 doentes confirmados no boletim da DGS só em Lisboa e Vale do Tejo, num total de 292 infetados pelo novo coronavírus em todo o país. No total, já foram registados 16 762 infetados e 436 óbitos na zona da Grande Lisboa. A região Norte continua a ser a mais afetada, com mais de 17 mil doentes e 814 mortes. 

Nos últimos dias, Ovar voltou a ter alguns casos de covid-19 e, na sexta-feira, o presidente da câmara levantou a hipótese de um desses casos ter vindo de Lisboa.

A 17 de março, recorde-se, o Governo declarou o estado de calamidade pública no concelho de Ovar. Cerca de um mês depois, a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, realçou que “Ovar foi alvo de medidas extraordinárias” mas que já se encontrava numa situação “semelhante às de outras zonas do país”. A 17 de abril, o Governo anunciou o levantamento da cerca sanitária na cidade.

“Aplicam-se não só aquelas regras que estão em vigor em todo o território nacional, mas também um conjunto de restrições que, de qualquer modo, permitirão aos cidadãos de Ovar ir trabalhar para fora do concelho”, confessou, na altura, o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita.
Após o levantamento da cerca sanitária mantiveram-se alguns impedimentos. “Não é possível ir passear a Ovar ou comprar pão-de-ló. Ou não poderemos ir às zonas balneares que existem no concelho”, disse.