E o vírus disse, Reinventem-se!


Este vírus parece ter precipitado um processo que se sentia estar em evolução crescente relativamente à necessidade de confrontarmos o estilo e as opções de vida que estávamos a seguir com os sinais de alerta para as questões ambientais


Vivemos tempos novos!

Claro que sim, nesta altura já ninguém duvida disso.

Sobre a realidade que este vírus nos impôs já se terá dito provavelmente tudo, ou quase tudo. Que o mundo mudou, ou, pelo menos, que se não mudou vai mudar depois do vírus estar controlado. Que agora vamos ter de ultrapassar em conjunto a pior crise desde que há registo, ou pelo menos depois da II Guerra Mundial. Que os níveis de desemprego vão saltar para os piores valores de que há memória, ou pelo menos para valores idênticos aos das crises económicas mais profundas. Enfim, um conjunto de leituras tendencialmente negativas, para não dizer mesmo pessimistas sobre o presente e particularmente sobre o futuro que nos aguarda.

Mas há uma questão que é igualmente importante e que não se tem visto assim tão explorada, que é a de se perceber se afinal esta realidade e os efeitos que ela está a provocar não têm também componentes positivas?

È que há efeitos positivos desta conjuntura!

Um deles, de grande importância, refere-se aos índices de poluição atmosférica, cujos valores registados têm evidenciado sinais muito positivos de recuperação desde que o ser humano entrou em processo de confinamento social. O estado de saúde do planeta parece estar a dar-se bem com esta desaceleração da vida social e económica.

Ontem, 22 de Abril, celebrou-se o dia da Terra. O dia que, desde há 50 anos, os homens decidiram passar a reservar no calendário para recordarem, ao menos uma vez por ano, a importância deste planeta que, afinal de contas e bem vistas as coisas, é o palco onde toda a nossa existência se desenvolve. Como se assinalar a importância do planeta que habitamos e garantir a sua preservação não fosse um desígnio necessário e central de todos, todos os dias.

No artigo Here´s how lockdowns have improved air quality around the world, publicado há poucos dias no site do Fórum Económico Mundial (https://www.weforum.org/agenda/2020/04/coronavirus-lockdowns-air-pollution/), Paul Monks, Professor de química atmosférica da Universidade de Leicester e um dos principais estudiosos da observação científica do nosso planeta, assinala precisamente que a suspensão de muitas atividades associadas ao consumo de combustíveis, como por exemplo o recurso ao teletrabalho, o fecho das escolas e universidade e a suspensão de viagens aéreas, como consequência da aplicação das medidas de confinamento social que bem conhecemos, têm provocado sinais muito positivos de recuperação ambiental do planeta. Aponta o exemplo da China, o primeiro país a adotar o confinamento social, que registou durante a adoção das medidas, sobretudo nos grandes aglomerados populacionais e industriais, valores de redução de 40% dos índices de dióxido de carbono presentes na atmosfera. O equivalente à redução do tráfego automóvel em 192.000 veículos. Valores idênticos foram registados pela Agência Espacial Europeia relativamente às grandes cidades da Europa.

No mesmo artigo faz-se igualmente referência a dados da Organização Mundial de Saúde que indicam que cerca de 3 milhões de pessoas morrem anualmente no mundo devido a problemas causados pela poluição atmosférica, e que mais de 80% das populações dos grandes aglomerados urbanos estão permanentemente expostas à inalação de ar com qualidade inferior aos níveis minimamente aconselháveis.

A finalizar, e em jeito de sinal de esperança num mundo melhor e mais responsável, o Professor Paul Monks diz-nos que este vírus nos está a oferecer, por antecipação, a possibilidade de “provarmos” a experiência da respiração de ar com menores índices de carbono.

Este vírus parece ter precipitado um processo que se sentia estar em evolução crescente relativamente à necessidade de confrontarmos o estilo e as opções de vida que estávamos a seguir com os sinais de alerta para as questões ambientais, para o aumento das emissões de gazes na atmosfera, para o aumento da poluição, incluindo nos oceanos. Este vírus precipitou a necessidade de nos confrontarmos connosco próprios, colocando um espelho diante dos nossos olhos

Deste ponto de vista, este vírus acaba por ser uma oportunidade de ouro para nos reinventarmos. Para revermos o que efetivamente pretendemos da vida e da capacidade de a equilibrarmos sobre os recursos do planeta. Porque não somos os únicos habitantes nele. Porque não há planeta B. E porque, ainda que houvesse um planeta B, nada nem ninguém nos conferiu o direito a destruirmos este.

Sejamos capazes de o merecer!

E o vírus disse, Reinventem-se!


Este vírus parece ter precipitado um processo que se sentia estar em evolução crescente relativamente à necessidade de confrontarmos o estilo e as opções de vida que estávamos a seguir com os sinais de alerta para as questões ambientais


Vivemos tempos novos!

Claro que sim, nesta altura já ninguém duvida disso.

Sobre a realidade que este vírus nos impôs já se terá dito provavelmente tudo, ou quase tudo. Que o mundo mudou, ou, pelo menos, que se não mudou vai mudar depois do vírus estar controlado. Que agora vamos ter de ultrapassar em conjunto a pior crise desde que há registo, ou pelo menos depois da II Guerra Mundial. Que os níveis de desemprego vão saltar para os piores valores de que há memória, ou pelo menos para valores idênticos aos das crises económicas mais profundas. Enfim, um conjunto de leituras tendencialmente negativas, para não dizer mesmo pessimistas sobre o presente e particularmente sobre o futuro que nos aguarda.

Mas há uma questão que é igualmente importante e que não se tem visto assim tão explorada, que é a de se perceber se afinal esta realidade e os efeitos que ela está a provocar não têm também componentes positivas?

È que há efeitos positivos desta conjuntura!

Um deles, de grande importância, refere-se aos índices de poluição atmosférica, cujos valores registados têm evidenciado sinais muito positivos de recuperação desde que o ser humano entrou em processo de confinamento social. O estado de saúde do planeta parece estar a dar-se bem com esta desaceleração da vida social e económica.

Ontem, 22 de Abril, celebrou-se o dia da Terra. O dia que, desde há 50 anos, os homens decidiram passar a reservar no calendário para recordarem, ao menos uma vez por ano, a importância deste planeta que, afinal de contas e bem vistas as coisas, é o palco onde toda a nossa existência se desenvolve. Como se assinalar a importância do planeta que habitamos e garantir a sua preservação não fosse um desígnio necessário e central de todos, todos os dias.

No artigo Here´s how lockdowns have improved air quality around the world, publicado há poucos dias no site do Fórum Económico Mundial (https://www.weforum.org/agenda/2020/04/coronavirus-lockdowns-air-pollution/), Paul Monks, Professor de química atmosférica da Universidade de Leicester e um dos principais estudiosos da observação científica do nosso planeta, assinala precisamente que a suspensão de muitas atividades associadas ao consumo de combustíveis, como por exemplo o recurso ao teletrabalho, o fecho das escolas e universidade e a suspensão de viagens aéreas, como consequência da aplicação das medidas de confinamento social que bem conhecemos, têm provocado sinais muito positivos de recuperação ambiental do planeta. Aponta o exemplo da China, o primeiro país a adotar o confinamento social, que registou durante a adoção das medidas, sobretudo nos grandes aglomerados populacionais e industriais, valores de redução de 40% dos índices de dióxido de carbono presentes na atmosfera. O equivalente à redução do tráfego automóvel em 192.000 veículos. Valores idênticos foram registados pela Agência Espacial Europeia relativamente às grandes cidades da Europa.

No mesmo artigo faz-se igualmente referência a dados da Organização Mundial de Saúde que indicam que cerca de 3 milhões de pessoas morrem anualmente no mundo devido a problemas causados pela poluição atmosférica, e que mais de 80% das populações dos grandes aglomerados urbanos estão permanentemente expostas à inalação de ar com qualidade inferior aos níveis minimamente aconselháveis.

A finalizar, e em jeito de sinal de esperança num mundo melhor e mais responsável, o Professor Paul Monks diz-nos que este vírus nos está a oferecer, por antecipação, a possibilidade de “provarmos” a experiência da respiração de ar com menores índices de carbono.

Este vírus parece ter precipitado um processo que se sentia estar em evolução crescente relativamente à necessidade de confrontarmos o estilo e as opções de vida que estávamos a seguir com os sinais de alerta para as questões ambientais, para o aumento das emissões de gazes na atmosfera, para o aumento da poluição, incluindo nos oceanos. Este vírus precipitou a necessidade de nos confrontarmos connosco próprios, colocando um espelho diante dos nossos olhos

Deste ponto de vista, este vírus acaba por ser uma oportunidade de ouro para nos reinventarmos. Para revermos o que efetivamente pretendemos da vida e da capacidade de a equilibrarmos sobre os recursos do planeta. Porque não somos os únicos habitantes nele. Porque não há planeta B. E porque, ainda que houvesse um planeta B, nada nem ninguém nos conferiu o direito a destruirmos este.

Sejamos capazes de o merecer!