José Sócrates volta, esta quarta-feira, a ser ouvido na fase de instrução do processo Operação Marquês, depois de ter sido chamado a depor pelo juiz Ivo Rosa, que tinha programado para esta quarta-feira o início do debate instrutório. À chegada ao Campus da Justiça, em Lisboa, o antigo primeiro-ministro disse que os jornalistas e a sociedade estão “indignados” com as distribuições irregulares no Tribunal da Relação de Lisboa, considerando que isso foi semelhante ao que aconteceu com a Operação Marquês quando foi entregue ao juiz Carlos Alexandre.
"Tenho visto a indignação de muita gente, mas acontece o seguinte: é que as suspeitas que existem sobre a viciação de processos na Relação são exatamente as mesmas que existem no processo Marquês", começou por afirmar o antigo primeiro-ministro.
"No dia 9 de setembro de 2014, quando este processo foi entregue ao juiz Carlos Alexandre, ele foi entregue sem distribuição aleatória, sem sorteio. Foi entregue com a chamada atribuição manual, exatamente como tem sido referido com os casos que agora se discutem na Relação", acrescentou.
José Sócrates disse ainda que no seu entender essa escolha foi feita a pedido do Ministério Público (MP).
"O que se passou aqui é muito simples: o juiz foi escolhido, não foi sorteado. E foi escolhido pelo Ministério Público. Foi escolhido o juiz que mais convinha ao Ministério Público", concluiu.
O debate instrutório da peração Marquês estava marcado para as 14h00 desta quarta-feira, mas com a intenção de última hora de ouvir novamente José Sócrates, não começará à hora inicialmente prevista.