112 teve mais de uma dezena de chamadas em espera no domingo

112 teve mais de uma dezena de chamadas em espera no domingo


Na noite de domingo, com o incêndio de Mação ativo, havia apenas 8 operadores na central Sul. Chegaram a estar 11 chamadas em espera. PSP garante ao i que número de operacionais estava ajustado às necessidades e que chamadas em espera não significam chamadas perdidas.


No último domingo, quando o país enfrentava de novo a força das chamas, registaram-se picos de chamadas em espera para a linha do 112. Na central Sul, que cobre as áreas onde estava ativo o incêndio de maiores dimensões – Mação/Vila de Rei – chegaram a estar em espera mais de dez chamadas. Cerca das 22h30, o Centro Operacional Sul contava com uma equipa de oito operacionais da PSP e GNR, ou seja, não houve qualquer reforço da equipa face ao previamente estabelecido nas escalas.

Ao que o i apurou, num dos momentos, havia 11 ligações em espera, enquanto os operadores davam resposta a outras cinco.

Ao i, a PSP explicou ontem que o número de operadores estava ajustado às necessidades: “O balanceamento de operadores por turno na data referida encontra-se perfeitamente ajustado”.

A mesma fonte esclareceu ainda que quanto aos picos de chamadas verificados, os mesmos acontecem sempre que existem incidentes extraordinários: “Mais se esclarece que, quanto à questão das chamadas em espera, tal pode acontecer quando ocorre um incidente extraordinário (ex: acidente em autoestrada), uma vez que são efetuadas múltiplas chamadas simultâneas, sendo que mais que uma dezena, a ter acontecido como referido, se trata claramente de um pico de telefonemas, habitualmente num curto período”.

“Convém, também, realçar que ‘chamadas em espera’ não significa ‘chamadas perdidas’, uma vez que o sistema de gestão de chamadas permite a entrada em linha de forma automática sempre que uma outra chamada termina”, acrescenta a PSP.

Fontes conhecedoras destas centrais de atendimento do 112 afirmam, no entanto, que em situações deste género, quando se prevê um maior afluxo de chamadas deveria haver pelo menos uma “bolsa de reserva” para dar resposta caso se justificasse.

Situação normal a norte O turno da noite de domingo e madrugada de segunda feita na central do Norte contava apenas com cinco operadores, um número que se verificou suficiente para dar resposta aos pedidos. Fontes da PSP que preferiram não se identificar contam que ao contrário da central Sul apenas se verificaram pequenos incidentes: fogos urbanos, como caixotes do lixo e em descampados.

PSP garante que houve reforços para APP para surdos A central Sul é responsável por dar resposta a nove distritos, que incluem, além da capital, distritos como Santarém, Castelo Branco e Portalegre, onde as chamas têm levantado mais preocupações nos últimos dias.

O semanário Sol noticiou na última edição que a central do Sul ficou mais sobrecarregada, dado que passará a responder à nova aplicação lançada para a população surda de todo o país sem que para tal tenha recebido qualquer reforço de operacionais. Desde o dia 15 que os cidadãos surdos podem utilizar uma aplicação para Android que estava prometida há muito, que será atendida por mensagens escritas e por um intérprete de língua gestual.

Confrontada pelo i na última sexta-feira com a ausência de reforços de operacionais para fazer face ao novo serviço, fonte oficial da PSP frisou: “Informamos que, após lançamento da App MAI112, uma aplicação de emergência desenvolvida para os cidadãos surdos que, num cenário de urgência, permite um atendimento rápido e eficiente, houve, efetivamente, um reforço do centro operacional, com uma equipa de 2 supervisores e 5 intérpretes especialistas em língua gestual, que antes deste lançamento não existia”.

A PSP refere ainda que já antes os cidadãos surdos utilizavam o 112, mas através de terceiros: “Antes deste serviço estar disponível, uma pessoa surda tinha que recorrer a um terceiro (não surdo) para ligar via 112, caso estivesse numa situação de urgência. Agora, com o lançamento da App, um cidadão surdo pode, diretamente, contactar em cenário de urgência, sendo atendido por um membro de uma equipa especializada”.