Coligação de Salvini triplica votos em eleições regionais em Basilicata

Coligação de Salvini triplica votos em eleições regionais em Basilicata


O primeiro-ministro italiano já descartou a hipótese de os resultados terem impacto na coligação.


A Liga de Matteo Salvini, em Itália, parece mais forte que nunca. Nas eleições regionais de ontem em Basilicata, no sul do país, o partido de extrema-direita conseguiu, integrado numa coligação com o Fuorza Italia e Irmãos de Itália, vencer as eleições com 42,2% dos votos, afastando do poder o centro-esquerda, há 24 anos à frente dos destinos da região.

“Em apenas um ano, a Liga conseguiu triplicar os seus votos, vitória também em Basilicata!”, reagiu Salvini no Twitter, pouco depois de saber dos resultados. “Adeus à esquerda, agora é mudar a Europa”, acrescentou, apontando o caminho para as eleições europeias de 26 de maio próximo.

Para trás ficaram a coligação de centro-esquerda, que integra o Partido Democrático, com 33,11% dos votos, e o Movimento 5 Estrelas, com 20,32%. É um duro golpe para o partido fundado por Beppe Grillo e liderado por Luigi Di Maio, que nas legislativas anteriores recolheu nada menos que 43% dos votos na região.

Além disso, o 5 Estrelas participa no Governo numa coligação com a Liga, fazendo com que estes resultados possam ter ondas de choque no Executivo nacional, porventura com eleições antecipadas por quebra da coligação – hipótese entretanto recusada pelo primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, ao dizer que o “Governo continuará a avançar” e que o “5 Estrelas não brilhou nestas eleições”, acrescentando ser necessário “olhar para as coisas num contexto mais alargado”.

O líder formal do Governo italiano referia-se ao facto de a Liga ter, desde as últimas legislativas, ultrapassado o 5 Estrelas nas sondagens e em votos nas eleições regionais. Formalmente, o 5 Estrelas é o parceiro maioritário da coligação, mas a Liga conseguiu inverter essa situação na prática e, hoje, Salvini é o homem forte do Governo – para o que em muito contribuiu o facto de o líder da Liga ter ficado com a pasta do Interior e ser responsável pela imigração.