Quem está a jogar melhor?


No topo do campeonato, três equipas estão tão próximas que basta o FC Porto perder um jogo para cair para o terceiro lugar.


Devo dizer que há um mês o considerava, de longe, a melhor equipa portuguesa. A que defendia melhor e a que atacava melhor. A mais sólida. A mais estável. A mais equilibrada. A que tinha melhores jogadores.

E, de repente, tudo mudou. É verdade que os jogadores são os mesmos – mas parecem outros. É sempre assim. Quando uma equipa joga bem, todos os jogadores parecem bons; mas quando joga mal, parece que já ninguém se aproveita.

Até há um mês, tudo no FC Porto parecia bom: o treinador, a tática, os jogadores; agora, tudo parece mau. O treinador dá ideia de andar perdido e nenhum jogador se salva. Com o Benfica, passou-se o inverso: Rui Vitória parecia péssimo, a ponto de ter sido despedido, e o plantel parecia fraquíssimo, cheio de lacunas; hoje, o treinador parece ótimo e os jogadores jogam todos bem. Seferovic nunca marcou tantos golos, João Félix já é uma estrela planetária…

Quanto ao Braga, tem sido o mais regular dos três. Mas isso já é habitual. Em Braga mudam os treinadores, mudam os jogadores, mas a equipa mantém uma notável regularidade. E Abel Ferreira, convenhamos, foi uma boa surpresa. Quando se admitia que pudesse puxar o Braga um pouco para baixo, puxou-o um pouco para cima.

Daqui se conclui que o Benfica é a equipa que hoje está a jogar mais. A defesa melhorou e tem condições para ser forte: Rúben Dias é um central coriáceo (ao estilo dos antigos centrais do FC Porto), Jardel é um armário e tem muita experiência, os laterais André Almeida e Grimaldo são muito fiáveis. O primeiro é mais físico, o segundo é mais artista, mas até por isso se completam.

À frente da defesa, o Benfica tem duas boas hipóteses: Fejsa ou Samaris. Como médio ofensivo tem um jogador que, não sendo uma estrela, tem um ótimo sentido dos ritmos do jogo: Pizzi. À frente tem os citados Félix e Seferovic – e nas alas tem extremos para dar e vender: Rafa, Cervi, Salvio e Zivkovic.

São todos pequeninos, muito móveis, rápidos, habilidosos e desconcertantes. Aliás, este é um dos trunfos do Benfica: as movimentações rapidíssimas, as trocas de posições que fazem a cabeça em água aos defesas.

Neste aspeto, o Porto é muito mais previsível. Só tem um jogador ao estilo dos extremos do Benfica: Corona. Os outros jogadores são bons, mas ronceiros. Movimentam-se menos, correm menos, parecem mais pesados. E isso torna o jogo do Porto mais fácil de anular pelos adversários.

Tudo somado, o Benfica é o mais perigoso (e o favorito para ganhar o título, se continuar assim), o FC Porto vem a seguir (sobretudo pela personalidade) e o Braga logo atrás.

Quanto ao Sporting, está hoje muito longe dos outros três. A equipa demonstra demasiada fragilidade, tem muitos buracos, defende mal e não consegue atacar bem. Keizer parece ter sido uma grande ilusão.


Quem está a jogar melhor?


No topo do campeonato, três equipas estão tão próximas que basta o FC Porto perder um jogo para cair para o terceiro lugar.


Devo dizer que há um mês o considerava, de longe, a melhor equipa portuguesa. A que defendia melhor e a que atacava melhor. A mais sólida. A mais estável. A mais equilibrada. A que tinha melhores jogadores.

E, de repente, tudo mudou. É verdade que os jogadores são os mesmos – mas parecem outros. É sempre assim. Quando uma equipa joga bem, todos os jogadores parecem bons; mas quando joga mal, parece que já ninguém se aproveita.

Até há um mês, tudo no FC Porto parecia bom: o treinador, a tática, os jogadores; agora, tudo parece mau. O treinador dá ideia de andar perdido e nenhum jogador se salva. Com o Benfica, passou-se o inverso: Rui Vitória parecia péssimo, a ponto de ter sido despedido, e o plantel parecia fraquíssimo, cheio de lacunas; hoje, o treinador parece ótimo e os jogadores jogam todos bem. Seferovic nunca marcou tantos golos, João Félix já é uma estrela planetária…

Quanto ao Braga, tem sido o mais regular dos três. Mas isso já é habitual. Em Braga mudam os treinadores, mudam os jogadores, mas a equipa mantém uma notável regularidade. E Abel Ferreira, convenhamos, foi uma boa surpresa. Quando se admitia que pudesse puxar o Braga um pouco para baixo, puxou-o um pouco para cima.

Daqui se conclui que o Benfica é a equipa que hoje está a jogar mais. A defesa melhorou e tem condições para ser forte: Rúben Dias é um central coriáceo (ao estilo dos antigos centrais do FC Porto), Jardel é um armário e tem muita experiência, os laterais André Almeida e Grimaldo são muito fiáveis. O primeiro é mais físico, o segundo é mais artista, mas até por isso se completam.

À frente da defesa, o Benfica tem duas boas hipóteses: Fejsa ou Samaris. Como médio ofensivo tem um jogador que, não sendo uma estrela, tem um ótimo sentido dos ritmos do jogo: Pizzi. À frente tem os citados Félix e Seferovic – e nas alas tem extremos para dar e vender: Rafa, Cervi, Salvio e Zivkovic.

São todos pequeninos, muito móveis, rápidos, habilidosos e desconcertantes. Aliás, este é um dos trunfos do Benfica: as movimentações rapidíssimas, as trocas de posições que fazem a cabeça em água aos defesas.

Neste aspeto, o Porto é muito mais previsível. Só tem um jogador ao estilo dos extremos do Benfica: Corona. Os outros jogadores são bons, mas ronceiros. Movimentam-se menos, correm menos, parecem mais pesados. E isso torna o jogo do Porto mais fácil de anular pelos adversários.

Tudo somado, o Benfica é o mais perigoso (e o favorito para ganhar o título, se continuar assim), o FC Porto vem a seguir (sobretudo pela personalidade) e o Braga logo atrás.

Quanto ao Sporting, está hoje muito longe dos outros três. A equipa demonstra demasiada fragilidade, tem muitos buracos, defende mal e não consegue atacar bem. Keizer parece ter sido uma grande ilusão.