Repetir a geringonça já é outra vez popular no governo


Antes do congresso do PS, António Costa dizia que queria continuar a trabalhar com PCP e Bloco de Esquerda mesmo se tivesse maioria absoluta. Obviamente, por muito boas relações que todos os intervenientes conseguissem manter entre si, com uma maioria absoluta, os partidos à esquerda do PS teriam, quando muito, direito a alguns chás e…


Antes do congresso do PS, António Costa dizia que queria continuar a trabalhar com PCP e Bloco de Esquerda mesmo se tivesse maioria absoluta. Obviamente, por muito boas relações que todos os intervenientes conseguissem manter entre si, com uma maioria absoluta, os partidos à esquerda do PS teriam, quando muito, direito a alguns chás e simpatias.

Esta narrativa do “não se mexe naquilo que está a correr bem” foi substituída pelo “ainda é cedo para traçar cenários para a próxima legislatura”. O sonho da maioria absoluta e a empatia com Rui Rio levaram Costa a “recentrar” o partido e a palavra de ordem sobre alianças passou a ser “é cedo para definir cenários para a próxima legislatura”. O congresso do PS foi uma peça nesta estratégia – a esquerda foi ignorada, não se definiam alianças preferenciais. O caminho já se tinha iniciado com os acordos de regime com Rui Rio, a que se juntou o acordo de concertação social. 

Talvez o governo tenha percebido (a tempo?) que estava a ir pelo caminho errado. As declarações de amor à geringonça, que estiveram ausentes do congresso do PS, têm-se sucedido na última semana. António Costa, no fim das jornadas parlamentares, defendeu a renovação dos acordos com PCP e BE depois das próximas eleições. E, ontem, Augusto Santos Silva – o ideólogo oficial do governo que deu o tiro de partida para a defesa do recentramento do partido – disse querer agora a repetição da fórmula, apontando-a como a “solução política mais lógica e natural”. 

Mais, diz Santos Silva: “A melhor maneira de preparar uma nova legislatura em que a esquerda governe o país e o PS lidere a esquerda é concluir com êxito, estavelmente, a atual legislatura com esta solução política.” 

Costa e Santos Silva pararam o discurso do recentramento – em sondagens, não se revelou um sucesso. A defesa da geringonça voltou a ser mainstream no governo. Resta saber se é só por causa da discussão sobre o Orçamento.

Repetir a geringonça já é outra vez popular no governo


Antes do congresso do PS, António Costa dizia que queria continuar a trabalhar com PCP e Bloco de Esquerda mesmo se tivesse maioria absoluta. Obviamente, por muito boas relações que todos os intervenientes conseguissem manter entre si, com uma maioria absoluta, os partidos à esquerda do PS teriam, quando muito, direito a alguns chás e…


Antes do congresso do PS, António Costa dizia que queria continuar a trabalhar com PCP e Bloco de Esquerda mesmo se tivesse maioria absoluta. Obviamente, por muito boas relações que todos os intervenientes conseguissem manter entre si, com uma maioria absoluta, os partidos à esquerda do PS teriam, quando muito, direito a alguns chás e simpatias.

Esta narrativa do “não se mexe naquilo que está a correr bem” foi substituída pelo “ainda é cedo para traçar cenários para a próxima legislatura”. O sonho da maioria absoluta e a empatia com Rui Rio levaram Costa a “recentrar” o partido e a palavra de ordem sobre alianças passou a ser “é cedo para definir cenários para a próxima legislatura”. O congresso do PS foi uma peça nesta estratégia – a esquerda foi ignorada, não se definiam alianças preferenciais. O caminho já se tinha iniciado com os acordos de regime com Rui Rio, a que se juntou o acordo de concertação social. 

Talvez o governo tenha percebido (a tempo?) que estava a ir pelo caminho errado. As declarações de amor à geringonça, que estiveram ausentes do congresso do PS, têm-se sucedido na última semana. António Costa, no fim das jornadas parlamentares, defendeu a renovação dos acordos com PCP e BE depois das próximas eleições. E, ontem, Augusto Santos Silva – o ideólogo oficial do governo que deu o tiro de partida para a defesa do recentramento do partido – disse querer agora a repetição da fórmula, apontando-a como a “solução política mais lógica e natural”. 

Mais, diz Santos Silva: “A melhor maneira de preparar uma nova legislatura em que a esquerda governe o país e o PS lidere a esquerda é concluir com êxito, estavelmente, a atual legislatura com esta solução política.” 

Costa e Santos Silva pararam o discurso do recentramento – em sondagens, não se revelou um sucesso. A defesa da geringonça voltou a ser mainstream no governo. Resta saber se é só por causa da discussão sobre o Orçamento.