O pequeno Hitler


Bruno de Carvalho é um homem doente – e o Sporting é um clube em perigo. Porque, atenção: o Sporting ainda não está livre de Bruno de Carvalho


Sou bastante insuspeito no que respeita a Bruno de Carvalho, pois defendi-o em várias ocasiões. Mas, como diz o povo, ‘tudo tem limites’. E Bruno de Carvalho ultrapassou os limites todos.

A partir de certa altura entrou-se noutra dimensão. Parecia estarmos a assistir a uma peça de teatro. Bruno de Carvalho, já totalmente fora da realidade, entrincheirado num mundo inventado por ele, representava um papel inverosímil. Não respeitava as decisões da Justiça, tanto dizia uma coisa como o seu contrário, mentia descaradamente com o maior à-vontade, insultava toda a gente, contratava treinadores e jogadores estando já suspenso do cargo, etc.

Agia de uma forma tresloucada, paranoica – e já só aparecia em público rodeado dos seus fiéis, uns desgraçados de ar submisso e cabeça baixa, e de seguranças de físicos medonhos e cabeças rapadas. E os que o aplaudiam eram grupos de arruaceiros que amedrontavam quem ousasse discordar do chefe.

Tudo aquilo era patético e assustador: o que ele dizia, o que ele ameaçava fazer, os que o rodeavam e os que o aplaudiam.

Em ponto pequeno, a tragédia sportinguista imitava a Alemanha nazi no estertor: Bruno de Carvalho, qual pequenino déspota, fechado no seu bunker, inventando uma realidade paralela, meio louco, acompanhado de fiéis dispostos a morrer com ele.

E, mesmo assim, Bruno de Carvalho teve 30% dos votos contra a sua destituição! E isso é que é espantoso! Até porque esses 30%, em termos de pessoas, representam muito mais – visto que os sócios mais antigos têm mais votos.

Este resultado mostra que parte da massa adepta do Sporting está tão fanatizada, tão traumatizada (talvez pelos insucessos no futebol), que é capaz de votar num homem que é o inverso do que se recomenda para presidente de uma instituição. Supõe-se que o lugar deve ser desempenhado por uma pessoa ponderada, racional, que age com a cabeça e não com o coração. Ora Bruno de Carvalho era o completo oposto disso. 

Bruno de Carvalho é um homem doente – e o Sporting é um clube em perigo. Porque, atenção: o Sporting ainda não está livre de Bruno de Carvalho. Com os seus 30% garantidos, se nas próximas eleições houver vários candidatos – e, portanto, uma grande dispersão de votos –, ele pode voltar a ganhar. Ou a ‘oposição’ se junta numa candidatura única, ou Bruno de Carvalho pode regressar à presidência.

E ele já percebeu isso. No dia da destituição disse que não voltaria a pôr os pés em Alvalade e ia pedir a “suspensão vitalícia de sócio”, mas ontem já dizia que será de novo candidato. Ninguém pode acreditar no que ele diz. 

Bruno de Carvalho é uma pessoa completamente imprevisível, de quem se espera tudo. É capaz de fazer as coisas mais inacreditáveis. Portanto, os sportinguistas cuidem-se: ou os potenciais candidatos se juntam ou arriscam-se a tê-lo de novo como presidente. E se ele ganhar as próximas eleições é que nunca mais de lá sai.


O pequeno Hitler


Bruno de Carvalho é um homem doente – e o Sporting é um clube em perigo. Porque, atenção: o Sporting ainda não está livre de Bruno de Carvalho


Sou bastante insuspeito no que respeita a Bruno de Carvalho, pois defendi-o em várias ocasiões. Mas, como diz o povo, ‘tudo tem limites’. E Bruno de Carvalho ultrapassou os limites todos.

A partir de certa altura entrou-se noutra dimensão. Parecia estarmos a assistir a uma peça de teatro. Bruno de Carvalho, já totalmente fora da realidade, entrincheirado num mundo inventado por ele, representava um papel inverosímil. Não respeitava as decisões da Justiça, tanto dizia uma coisa como o seu contrário, mentia descaradamente com o maior à-vontade, insultava toda a gente, contratava treinadores e jogadores estando já suspenso do cargo, etc.

Agia de uma forma tresloucada, paranoica – e já só aparecia em público rodeado dos seus fiéis, uns desgraçados de ar submisso e cabeça baixa, e de seguranças de físicos medonhos e cabeças rapadas. E os que o aplaudiam eram grupos de arruaceiros que amedrontavam quem ousasse discordar do chefe.

Tudo aquilo era patético e assustador: o que ele dizia, o que ele ameaçava fazer, os que o rodeavam e os que o aplaudiam.

Em ponto pequeno, a tragédia sportinguista imitava a Alemanha nazi no estertor: Bruno de Carvalho, qual pequenino déspota, fechado no seu bunker, inventando uma realidade paralela, meio louco, acompanhado de fiéis dispostos a morrer com ele.

E, mesmo assim, Bruno de Carvalho teve 30% dos votos contra a sua destituição! E isso é que é espantoso! Até porque esses 30%, em termos de pessoas, representam muito mais – visto que os sócios mais antigos têm mais votos.

Este resultado mostra que parte da massa adepta do Sporting está tão fanatizada, tão traumatizada (talvez pelos insucessos no futebol), que é capaz de votar num homem que é o inverso do que se recomenda para presidente de uma instituição. Supõe-se que o lugar deve ser desempenhado por uma pessoa ponderada, racional, que age com a cabeça e não com o coração. Ora Bruno de Carvalho era o completo oposto disso. 

Bruno de Carvalho é um homem doente – e o Sporting é um clube em perigo. Porque, atenção: o Sporting ainda não está livre de Bruno de Carvalho. Com os seus 30% garantidos, se nas próximas eleições houver vários candidatos – e, portanto, uma grande dispersão de votos –, ele pode voltar a ganhar. Ou a ‘oposição’ se junta numa candidatura única, ou Bruno de Carvalho pode regressar à presidência.

E ele já percebeu isso. No dia da destituição disse que não voltaria a pôr os pés em Alvalade e ia pedir a “suspensão vitalícia de sócio”, mas ontem já dizia que será de novo candidato. Ninguém pode acreditar no que ele diz. 

Bruno de Carvalho é uma pessoa completamente imprevisível, de quem se espera tudo. É capaz de fazer as coisas mais inacreditáveis. Portanto, os sportinguistas cuidem-se: ou os potenciais candidatos se juntam ou arriscam-se a tê-lo de novo como presidente. E se ele ganhar as próximas eleições é que nunca mais de lá sai.