Autoeuropa. Trabalhadores aprovam nova greve para fevereiro

Autoeuropa. Trabalhadores aprovam nova greve para fevereiro


Paralisação está marcada para dia 2 e 3 de fevereiro, altura em que já terá entrado em vigor os novos horários de trabalho caso a administração da fábrica de Palmela não tenha recuado nas suas intenções.


Durante os plenários realizados, os trabalhadores da Autoeuropa aprovaram, esta quarta-feira, uma proposta para uma greve de dois dias, a 2 e 3 de fevereiro, altura em que já terá entrado em vigor os novos horários de trabalho caso a administração da fábrica de Palmela não tenha recuado nas suas intenções.

Fernando Gonçalves, durante os plenários foi também apresentado um caderno reivindicativo da CT, que será, posteriormente, apresentado à administração da Autoeuropa, mas que "ainda não é um documento fechado" porque vai ser submetido a discussão durante o mês de janeiro.

Tal como i avançou esta quinta-feira, a existência de uma creche a funcionar 24 horas por dia é uma das soluções encontradas pela Comissão de Trabalhadores (CT) da Autoeuropa para minimizar as alterações dos novos horários de trabalho, especialmente quando a fábrica de Palmela começar a funcionar de forma contínua, ou seja, a partir de agosto. Esta proposta foi apresentada pela CT no plenário realizado ontem para “defender as necessidades dos trabalhadores”, apurou o i.

O responsável pela CT, Fernando Gonçalves, garantiu ainda aos trabalhadores que neste momento há duas creches na zona interessadas em funcionar com estes moldes, sem adiantar quem é que iria pagar esta prestação de serviços, soube o i.

Em cima da mesa está também a proposta de aumentos salariais de 6,5% com retroativos a outubro, prémios por objetivos, progressão nas carreiras, seguro de saúde, apoio escolar, assim como o compromisso por parte da administração de não levar a cabo despedimentos coletivos até 2019. 

O próximo encontro com a administração está marcado para dia 5 de janeiro, já que nos próximos dias, a fábrica de Palmela vai estar parada por falta de peças. No entanto, o responsável da Comissão de Trabalhadores referiu que, na reunião da passada segunda-feira, a administração lhes transmitiu que não havia nada para negociar.

"Depois da reunião da passada sexta-feira com o ministro do Trabalho, Vieira da Silva, o que ficou combinado foi que retomaríamos as negociações na segunda-feira, o que aconteceu. Mas quando chegámos a essa reunião, o que nos foi comunicado pela administração foi que não havia nada para decidir, que iam impor o horário anunciado", disse.

"Eles [a administração da Autoeuropa] assistiram a todos os plenários, perceberam bem qual foi o `feedback dos trabalhadores. É bom que reflitam sobre aquilo que se está a passar e é bom que tomem uma posição diferente da que estão a tomar agora", acrescentou Fernando Gonçalves, convicto de que há um “sentimento de revolta" dos trabalhadores, "devido a um acumular de situações ao longo dos últimos anos".

O novo horário a vigorar até agosto, entra em vigor a 29 de de janeiro com 17 turnos semanais, e prevê o pagamento dos sábados a 100%, equivalente ao pagamento como trabalho extraordinário, acrescidos de mais 25%, caso sejam cumpridos os objetivos de produção trimestrais.