O PCP desapareceria se se afastasse da revolução


O Partido Comunista Português é praticamente o único na Europa, se excluirmos os países do antigo Bloco de Leste, que tem uma representação assinalável e “está” no poder. Às críticas de que é um partido do passado e que está condenado ao desaparecimento, o camarada Jerónimo de Sousa responde com os ideais da Revolução de…


O Partido Comunista Português é praticamente o único na Europa, se excluirmos os países do antigo Bloco de Leste, que tem uma representação assinalável e “está” no poder. Às críticas de que é um partido do passado e que está condenado ao desaparecimento, o camarada Jerónimo de Sousa responde com os ideais da Revolução de Outubro. E é precisamente por pouco ter mudado, com exceção de algum afastamento de Estaline, que o PCP se mantém vivo.

Vivo porque o seus defensores acreditam no partido como os católicos acreditam no Vaticano. Se alguém fala nos padres pedófilos, nos esquemas de corrupção na cúpula máxima da igreja, logo os devotos falam em Cristo e em como os seus ideais eram os mais nobres. Com os comunistas, a história não é muito diferente: Lenine e Estaline arvoraram-se nos verdadeiros defensores do povo para depois se tornarem os maiores sanguinários da História, à semelhança de Hitler, Mao Tsé-Tung ou Pol Pot. Só que aos comunistas tudo se perdoa, porque queriam (querem) o bem do povo e quem não entende isso é um capitalista fascista primário.

Por isso, Pinochet foi um ditador a toda a prova, mas Fidel Castro foi um democrata, apesar de ambos terem eliminado matado os seus adversários, leia-se quem não pensava como eles. Por isso, é normal vermos milhares de jovens com t-shirts do ditador cubano, mas se alguém ostentar igual indumentária com a cara do ditador chileno logo é apelidado de fascista e deve ser mandado para a cadeia.

O mundo, por mais voltas que dê, nunca conseguirá alterar este pensamento e é por isso que o PCP não muda. Se o fizesse, seria uma cópia do PS e desapareceria ao fim de pouco tempo. Por isso, o PCP poderá continuar a querer impor uma revolução socialista em Portugal que nos levaria, inevitavelmente, como todos sabemos, a uma cópia do modelo soviético, que levou onde se sabe. Não morreriam milhões de pessoas, mas um dos bens mais inestimáveis da nossa vida desapareceria: a liberdade.