Em entrevista ao Eco e à TVI, o homem forte da Jerónimo Martins ataca a banca portuguesa, manifesta-se pela subida do salário mínimo, apontando aos 800 euros, e diz que o absentismo é um dos principais problemas dos trabalhadores portugueses, e que o excesso de impostos sufoca as empresas.
Soares dos Santos dá ainda a entender que se não existir um acordo na Autoeuropa a empresa deve abandonar Portugal. Estas foram algumas das ideias que o empresário quis fazer passar. Soares dos Santos, no campo da distribuição, assim como António Horta Osório, na banca, são duas vozes que os políticos deviam ouvir com mais atenção. O país só pode avançar com verdadeiros líderes que não passam a vida em gabinetes e nada percebem da realidade. Mas vamos à história do salário mínimo.
Por que razão quase todos os outros empresários dizem que é impossível subir já, no imediato, a fasquia para os 600 euros? Terá o Pingo Doce e associados um segredo que os outros desconhecem? Quererão os grandes empresários poupar nos salários mais baixos para aumentarem a sua riqueza? Ou caso aumentem os custos fixos vão pôr a viabilidade das suas empresas em causa? É um mistério que os outros deveriam esclarecer… Independentemente das teorias, não é aceitável que algumas empresas tenham lucros pornográficos e não façam uma distribuição mais justa dos seus rendimentos.
É certo que muitos investem esse dinheiro na criação de mais postos de trabalho e na renovação das suas empresas, mas os trabalhadores que se aplicam e não estão na tal categoria dos absentistas deveriam ser compensados: ou com salários mais elevados ou com um prémio. Quem olha para os lucros de algumas empresas não consegue entender como tantos trabalhadores ganham menos de 600 euros…