As coisas que gostaríamos de saber e não sabemos


Há uns anos uma amiga contou-me uma história curiosa sobre o funcionamento da sociedade sueca: uma tia tinha ficado surda e a segurança social não demorou uma semana a adaptar as condições técnicas da casa ao estado de saúde da familiar. E acrescentou: “Na Suécia sabemos quanto e onde os governantes gastam o dinheiro dos…


Não gostaria de ver Portugal “virar” país nórdico em muitos costumes, mas no que diz respeito às finanças adorava. Eis uma lista de coisas que gostaria de saber e não sei, quer como jornalista e como cidadão: Quanto dinheiro é gasto no combate aos incêndios, parcela por parcela; o mesmo para a prevenção dos fogos; quanto dinheiro emprestou a Caixa Geral de Depósitos e a quem (sem garantias bancárias) e que obrigou os contribuintes a arcarem com os devaneios políticos; qual foi o montante gasto para salvar outros bancos; o mesmo para as obras públicas; quantos sindicalistas desempenham as suas funções sem exercerem a profissão original há longos anos; quantos sindicalistas têm as forças de segurança que não fazem trabalho de rua – nada tenho contra a classe que defende operários oprimidos por alguns empresários trogloditas; quanto e onde gastam o dinheiro os ministérios; como são escolhidas as pessoas para cargos nas empresas públicas – se a simpatia partidária conta mais do que a competência; quanto dinheiro ganham as câmaras com as multas de trânsito/estacionamento; o que se gasta em comissões na aquisição de material militar e hospitalar; em medicamentos ou em plasma; em assessores estatais; em conselheiros de administração de empresas públicas, etc.

Estes são apenas alguns itens que se todos soubéssemos tintim por tintim, o país estaria seguramente melhor. Haverá, seguramente, milhares de outras contas que deveriam ser públicas. Mas a sociedade civil tem de obrigar os políticos e afins a contribuírem para a transparência da coisa pública. Não faz sentido discutir-se os assuntos no ar. Vamos às continhas de merceeiro.