Um carnaval português


Findo o Carnaval, há quem não largue a máscara que usa o ano inteiro. 


Durante 12 meses, o Presidente da República faz de comentador. Na televisão, enquanto lhe engraxam os sapatos ou à porta de um café. Até à saída da praia. Qualquer lugar serve para que o Presidente do nosso Estado se esqueça do papel que o mandato que exerce o obriga a desempenhar. 

Se para ganhar popularidade ou por mera fatuidade e insensatez, não sabemos. Até porque são tantos os mascarados que nos baralhamos. António Costa, por exemplo, que escolheu ser primeiro-ministro – é o primeiro a consegui-lo depois de perder as eleições -, tem um ministro das Finanças que disfarça défices.

Centeno terá conseguido um défice de 2,1% do PIB em 2016. Para tal, atirou para 2017 o dinheiro que vamos dar à CGD; comprimiu o investimento público à custa dos hospitais e das escolas, com algumas a fechar por falta de manutenção. O investimento público está abaixo do prometido pelo governo, ao mesmo tempo que a despesa com pessoal, digo eleitores, cresceu. Entretanto, o grande aumento de impostos não foi revertido. 

Normalmente diríamos que o défice conseguido em 2016, o mais baixo da democracia, é uma mentira. Mas como não estamos numa legislatura normal, concluímos ser um ininterrupto Carnaval. Com o PCP e o BE a fazerem-se de amigos do povo temos, qual cereja em cima deste Entrudo, Francisco Louçã vestido de capitalista com um lugar no órgão consultivo do Banco de Portugal. O sambódromo do Rio de Janeiro, ao pé disto, é uma brincadeira.

 

Advogado. 

Escreve à quinta-feira 


Um carnaval português


Findo o Carnaval, há quem não largue a máscara que usa o ano inteiro. 


Durante 12 meses, o Presidente da República faz de comentador. Na televisão, enquanto lhe engraxam os sapatos ou à porta de um café. Até à saída da praia. Qualquer lugar serve para que o Presidente do nosso Estado se esqueça do papel que o mandato que exerce o obriga a desempenhar. 

Se para ganhar popularidade ou por mera fatuidade e insensatez, não sabemos. Até porque são tantos os mascarados que nos baralhamos. António Costa, por exemplo, que escolheu ser primeiro-ministro – é o primeiro a consegui-lo depois de perder as eleições -, tem um ministro das Finanças que disfarça défices.

Centeno terá conseguido um défice de 2,1% do PIB em 2016. Para tal, atirou para 2017 o dinheiro que vamos dar à CGD; comprimiu o investimento público à custa dos hospitais e das escolas, com algumas a fechar por falta de manutenção. O investimento público está abaixo do prometido pelo governo, ao mesmo tempo que a despesa com pessoal, digo eleitores, cresceu. Entretanto, o grande aumento de impostos não foi revertido. 

Normalmente diríamos que o défice conseguido em 2016, o mais baixo da democracia, é uma mentira. Mas como não estamos numa legislatura normal, concluímos ser um ininterrupto Carnaval. Com o PCP e o BE a fazerem-se de amigos do povo temos, qual cereja em cima deste Entrudo, Francisco Louçã vestido de capitalista com um lugar no órgão consultivo do Banco de Portugal. O sambódromo do Rio de Janeiro, ao pé disto, é uma brincadeira.

 

Advogado. 

Escreve à quinta-feira