A ideia de o Novo Banco poder vir a ser nacionalizado não convence o presidente do Santander Totta, que chama a atenção para o facto de os custos desta medida não terem sido contabilizados. “Os custos da nacionalização não estão determinados, mas as experiências anteriores mostram que são sempre grandes”, alertou António Vieira Monteiro durante a apresentação de resultados do banco.
O banqueiro disse também que ainda tem dúvidas sobre o interesse desta questão quando já há um outro banco público. “O que fazem dois bancos públicos? Pode haver alguma distorção da concorrência”, afirmou.
O presidente do Santander Totta está também contra a compra do Novo Banco por uma entidade cujo objetivo seja o desmantelamento, considerando melhor para a economia nacional a existência de instituições fortes. “Para mim, o mais importante não é quem compra, é que quem compra ponha o banco a funcionar. Se, amanhã, um fundo comprar o banco e o puser a funcionar, e passar a ser outra vez a grande instituição que era, nada tenho a opor”, salientou.
Redução de estrutura
O Santander Totta apresentou um resultado líquido de 395,5 milhões de euros em 2016. Este valor representa uma subida de 35,8% face ao ano anterior.
Os resultados foram impulsionados pela margem financeira, que avançou 31% para 731 milhões de euros, e pelas comissões, que cresceram 16,1% para 305,7 milhões. Estas subidas mais do que compensaram as quedas da área seguradora (menos 27,2% para 10,3 milhões), contribuindo para uma subida do produto bancário de 6,4%, para 1197 milhões. Já as imparidades recuaram 38,7%, fixando-se em 144,7 milhões.
Em termos de custos houve um aumento de 9,9%, para 523,1 milhões de euros, mas esta tendência é explicada pelo banco liderado por Vieira Monteiro devido à integração do Banif na estrutura da instituição financeira, levada a cabo no final do ano passado. No entanto, esta aquisição terá também contribuído para a subida dos proveitos bancários, uma vez que os resultados de 2016 já incluem lucros resultantes da integração de ativos e passivos daquela instituição.
A instituição financeira manteve a sua redução de estrutura e esta tendência é para continuar, garantiu o banqueiro. O Santander Totta fechou o ano com menos cerca de 200 trabalhadores e estes saíram através de rescisões por mútuo acordo e reformas.
Em termos de agências, o presidente do banco não deu dados sobre encerramentos, preferindo falar de fusões, tendo referido que, no conjunto do ano de 2016, foram fundidas 80 agências, tendo agora o banco cerca de 600 em todo o país.
Já o banco espanhol Santander registou lucros de 6204 mil milhões de euros no ano passado.