Portugal continental registou 8.500 ocorrências relacionadas com o mau tempo – com chuva e vento forte, que provocou queda de árvores e de infraestruturas, obrigando ao corte de estradas e de linhas de caminho de ferro – até às 20h desta quinta-feira.
A sub-região mais afetada continua a ser a da Lisboa e Vale do Tejo, com mais de cinco mil ocorrências (61% “da atividade em todo o território continental relacionado com as condições meteorológicas adversas”), seguida do Centro (com 1.701 ocorrências).
O maior número de ocorrências está relacionada com a queda de árvores (4.628), seguido da queda de estruturas (2.178). Há registo de 1.501 intervenções de limpeza de via. Segundo a Proteção Civil, no terreno estiveram 28.981 operacionais apoiados por 9.967 veículos.
A rajada de vento mais intensa registou-se às 1h30 desta quinta-feira no Cabo da Roca e atingiu 169,2 quilómetros por hora, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
A tempestade “Martinho” fez com que quinze pessoas fossem desalojadas e outras 13 deslocadas, tendo já regressado a casa. Uma mulher ficou ferida com gravidade em Sintra – atingida por uma árvore quando passeava a pé – e está internada no hospital São Francisco Xavier, com prognóstico “muito reservado”.
O Metropolitano de Lisboa anunciou que vai manter abertas, de quinta para sexta-feira, as estações de Santa Apolónia, Oriente, Rossio e Odivelas devido às condições meteorológicas.
Segundo a Proteção Civil, o cenário de chuva e vento forte vai manter-se, pelo menos até sábado. Poderá registar-se “algum desagravamento”, mas podem surgir “fenómenos de vento extremo”, particularmente no litoral e nas zonas Centro e Sul do país.
Em Bruxelas, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, garantiu que o Governo vai ser rápido no apoio às populações afetadas pelo mau tempo. Entretanto, em comunicado, o Ministério das Infraestruturas garantiu que está a acompanhar os efeitos da tempestade e “a tomar medidas para resolver e minimizar o impacto” da intempérie.
Já o presidente da Câmara de Lisboa revelou aos jornalistas que se registaram seis feridos na última noite só no concelho de Lisboa e que 22 estradas ainda estão condicionadas devido ao mau tempo.
“Registámos seis feridos (um polícia municipal, um PSP, dois bombeiros e dois munícipes)”, disse Carlos Moedas, reconhecendo que “foi uma noite muito difícil para a cidade.