O governador do Banco de Portugal (BdP) disse, esta quarta-feira, que tinha “horror” aos pagamentos automáticos e aconselhou a que não se “abuse” deles.
“Como economista, e seguramente também como governador do Banco de Portugal, e presidente do Conselho Nacional de Supervisores Financeiros, confesso-vos que tenho algum horror a pagamentos automáticos”, afirmou Mário Centeno, defendendo que “quando automatizamos demasiado a nossa despesa, deixamos de ter exata noção da despesa que estamos a efetuar”.
Mário Centeno falava no encerramento da sessão solene da Semana da Formação Financeira 2025, em Lisboa, onde destacou a importância da literacia financeira nomeadamente numa era digital, em que se passou a usar como métrica o número de ‘cliques’.
O governador aconselhou a que não se abuse dos pagamentos automáticos, e sublinhou a importância da necessidade de poupar desde cedo, pois “é de pequenino que se financia o destino”, afirmou.
Para o antigo ministro das Finanças, é necessário criar almofadas financeiras e, assim, “as condições para, no futuro, perante aquilo que é incerto”, poder “dar respostas afirmativas, mais vezes, a esta pergunta essencial: se estamos ou não preparados”.