A75.ª temporada de Fórmula 1 começa no outro lado do Mundo, na Austrália, e vai ter 24 Grandes Prémios e seis corridas Sprint (sempre ao sábado), com a particularidade de os Estados Unidos terem quatro corridas… é a lei da Liberty Media, proprietária da Fórmula 1, a falar mais alto.
Existe grande expectativa para perceber onde se posicionam os 20 pilotos que integram a elite do desporto automóvel. Os testes de pré-temporada nunca são totalmente reveladores, mas dão uma primeira ideia daquilo que as equipas preparam para essa época. Caso se confirmem as indicações deixadas pelos testes do Bahrain, o campeonato vai ser bastante competitivo, já que se verificaram diferenças muito pequenas entre as principais equipas. Nos anos anteriores, Max Verstappen e a Red Bull esmagaram os rivais da primeira vez que foram para a pista e deixaram o paddock angustiado. Este ano, a história foi completamente diferente. A Williams foi a equipa que mais evoluiu e conseguiu o melhor tempo com Carlos Sainz, seguido por Lewis Hamilton (Ferrari), Charles Leclerc (Ferrari), George Russell (Mercedes) e só depois aparece o campeão do mundo Max Verstappen (Red Bull). «Nos últimos seis meses, trabalhámos arduamente neste carro e fizemos melhoramentos, mas temos de esperar por Melbourne para percebermos em que ponto estamos», frisou Frédéric Vasseur, diretor da Ferrari, que conta com o heptacampeão Lewis Hamilton.
Este ano vamos assistir a uma luta de gerações entre os jovens talentos e os seniores da Fórmula 1. Lando Norris, George Russel e Charles Leclerc sonham com o primeiro título mundial, ao passo que Hamilton quer vencer o oitavo campeonato ao volante de um carro da Scuderia – se isso acontecer, o piloto e a equipa com mais títulos na Fórmula 1 andam lado a lado, e Verstappen quer igualar Michael Schumacher com cinco títulos consecutivos. Depois de três anos de completo domínio, o tetracampeão vai enfrentar maiores dificuldades e todos sabemos como reage quando não está na luta pela vitória.Isack Hadjar, Olivier Bearman, Gabriel Bortoleto, Liam Lawson e Jack Doohan são os rookies do ano, embora alguns já tenham experiência de Fórmula 1 por terem participado em treinos e corridas o ano passado.
O regulamento técnico não sofreu alterações, pelo que a maioria das equipas mantém o conceito dos carros do ano anterior, onde cada monolugar estava avaliado em 15 milhões de euros, só o conjunto motor/transmissão está avaliado em 10 milhões de euros(!) e uma das peças mais baratas é o volante, que custa 50 mil euros. As principais alterações destinam-se a aumentar a segurança dos pilotos e o sistema de pontuação. Com o objetivo de melhorar o conforto e a segurança dos pilotos em condições de calor extremas, vai ser introduzido um sistema de refrigeração que entra em ação quando a temperatura exterior ultrapassa os 31 graus. Outra alteração é a supressão do ponto bónus atribuído à volta mais rápida em corrida, que tinha sido introduzido em 2019. Este bónus podia dar 24 pontos a um piloto e, de algum modo, desvirtuar o campeonato.
Vai ser uma temporada de transição a pensar em 2026, quando entra em vigor o novo regulamento técnico, que muda por completo o aspeto dos monolugares, se isso vai trazer maior competitividade e mais emoção às corridas logo veremos.
O aumento da popularidade da Fórmula 1 deve-se à série ‘Drive to Survive’, da Netflix. A sétima temporada (referente a 2024) tem dez episódios e pode ser vista a partir de hoje, 7 de março.