A ONU aprovou um projeto de resolução que, pela primeira vez, condena o Ruanda por apoiar a ofensiva dos rebeldes do grupo M23 no leste da República Democrática do Congo (RDC), pedindo a retirada «imediata das tropas». O projeto de resolução, da autoria da França, reuniu a aprovação de todos os 15 Estados-membros do Conselho. Nas últimas semanas os rebeldes assumiram o controlo de duas cidades-chave na região oriental do Congo, rica em minerais. Ainda segundo a ONU, os rebeldes são apoiados por cerca de quatro mil soldados do vizinho Ruanda. Depois da conquista das duas cidades, os rebeldes ameaçam marchar até à capital do Congo, Kinshasa, situada a mais de 1.600 quilómetros de distância. O Presidente ruandês, Paul Kagame, acusou o homólogo do Congo, Felix Tshisekedi, de negligenciar as preocupações da etnia tutsis no país e de desrespeitar os acordos de paz anteriores. Entretanto, o representante das Nações Unidas em França, Nicolas de Rivière, afirmou que «não há solução militar para o conflito». «A ofensiva do M23, apoiada pelo Ruanda, tem de terminar. A prioridade agora é chegar a um acordo de cessar-fogo eficaz, incondicional e imediato», disse. Este pedido foi bem aceite pelo Governo da República Democrática do Congo (RDC), tendo Zénon Mukongo Ngay, representante das Nações Unidas, afirmado que «embora o Conselho tenha demorado algum tempo a chegar a um consenso, a sua resiliência é evidente. Em nome do Governo e de todos agradeço sinceramente a todos os membros do Conselho».
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ONU condena o Ruanda e exige um cessar-fogo no Congo
O Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou por unanimidade uma resolução que apela ao cessar-fogo imediato e incondicional na República Democrática do Congo.