Um estudo europeu revelado esta terça-feira constata que 13% dos homens, mas também 14% das mulheres, tendem a concordar ou concordam totalmente que, se uma mulher for vítima de abusos ou violência sexual enquanto está alcoolizada, ela é, pelo menos, parcialmente responsável.
Por outro lado, 27% dos homens e 18% das mulheres concordam que as mulheres frequentemente inventam ou exageram quando se queixam por abusos sexuais ou violação.
A análise do Instituto Europeu para a Igualdade de Género (EIGE, na sigla em inglês) revela ainda que quase 60% dos homens responsabilizam as mulheres que partilham conteúdos íntimos pela publicação dessas imagens. 57% dos homens e 51% das mulheres consideram que, se uma mulher partilha conteúdo pessoal íntimo com alguém, é pelo menos parcialmente responsável se essas imagens forem partilhadas com terceiros.
O estudo focou-se nos dados relativos ao combate à violência contra as mulheres e às desigualdades de género. No Índice da Igualdade de Género 2024, Portugal ocupava a 15.ª posição, com 68,6 pontos em 100.
A investigação do EIGE conclui também que cerca de 35% dos homens e 20% das mulheres em Portugal entendem que é aceitável o homem controlar as finanças da mulher, e 8% dos homens e 4% das mulheres defendem que a violência doméstica é um assunto privado que deve ser tratado na intimidade da família.
Duas em cada dez mulheres de entre 18 e 74 anos admitiram ter sofrido violência física ou psicológica a partir dos 15 anos e 28% disseram ter ficado com consequências severas por causa disso. Cerca de 53% afirmaram ter tido consequências na saúde por causa dos abusos.
Em média, cerca de um terço das mulheres (31%) na UE indicou ter sido vítima de violência física e/ou sexual por qualquer agressor desde os 15 anos.