Hóteis e restaurantes mais afetados por tensão pós-eleitoral em Moçambique

Hóteis e restaurantes mais afetados por tensão pós-eleitoral em Moçambique


País vive desde as eleições de 9 de outubro um clima de agitação social, agravada pelos anúncios dos resultados da votação, com manifestações, protestos nas ruas, barricadas, cortes de estrada, vandalização e destruição de equipamentos públicos e de empresas, saques e confrontos com a polícia que provocaram mais de 300 mortos


A atividade económica dos hotéis e restaurantes em Moçambique recuou quase 15% no quarto trimestre de 2024, devido à tensão pós-eleitoral. Os dados desta segunda-feira do  Instituto Nacional de Estatísticas (INE) apontam ainda fortes impactos no comércio e indústria.

O INE confirma que o Produto Interno Bruto a preços de mercado (PIBpm) apresentou “uma variação negativa de 4,87%, quando comparado ao mesmo período do ano 2023, perfazendo um acumulado de 1,85% em 2024″. No primeiro trimestre do ano registou-se um crescimento de 3,20%, no segundo de 4,50% e no terceiro de 3,68%.

De outubro a dezembro, a maior queda registou-se na atividade económica envolvendo hotéis e restaurantes, que recuou o equivalente a 14,7% no espaço de um ano, seguindo-se a indústria transformadora, que caiu 11,14%, o comércio e serviços de reparação, com uma quebra de 10,64%, e a indústria de extração mineira, que recuou 10,06%.

Moçambique vive desde as eleições gerais de 9 de outubro um clima de agitação social, agravada pelos anúncios dos resultados da votação, com manifestações, protestos nas ruas, barricadas, cortes de estrada, vandalização e destruição de equipamentos públicos e de empresas, saques e confrontos com a polícia que provocaram mais de 300 mortos.

Quase mil empresas moçambicanas foram afetadas pelas manifestações pós-eleitorais, com um impacto na economia superior a 480 milhões de euros e 17 mil desempregados, segundo a mais recente estimativa da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA).