Detetados 254 casos de mutilação genital feminina em Portugal

Detetados 254 casos de mutilação genital feminina em Portugal


De acordo com os dados da DGS, nos últimos quatro anos têm sido detetados cada vez mais casos, o que pode refletir uma maior atenção dada ao problema pelos profissionais de saúde, e não propriamente um agravamento da prática.  


Foram detetados, em 2024, um total de 254 casos de mutilação genital feminina (MGF) em Portugal. O número representa um aumento de 13,9% em comparação com o ano anterior.  

De acordo com os dados da DGS, nos últimos quatro anos têm sido detetados cada vez mais casos, o que pode refletir uma maior atenção dada ao problema pelos profissionais de saúde, e não propriamente um agravamento da prática.  

Neste sentido, nos últimos quatro anos tem sido cada vez mais os casos detetados: em 2020 foram 99 casos, em 2021 aumentou para 138, que depois cresceu para 190 em 2022 e voltou a subir para 223 em 2023, ou seja, há uma subida de quase 157% no número de casos registados.  

A DGS refere ainda que não foi registado nenhum caso praticado em Portugal. Pelo contrário, “existe uma predominância de casos realizados na Guiné-Bissau (65,4%)”, com 166 registos, a Guiné Conacri, com 67 casos (26,4%), a Gâmbia e o Senegal, ambos com oito casos, a Nigéria, com duas situações, e Gana, Egito e Costa do Marfim, cada um com um registo. 

Sobre as idades das vítimas, as mulheres tinham quase todas mais de 18 anos (98,4%), mas a média de idade aquando da realização do procedimento é de 7,7 anos, com casos que vão desde os 6 meses aos 44 anos, sendo que “em cerca de 70,9% dos casos, a mutilação ocorreu até aos 9 anos de idade”.