O ministro português dos Negócios Estrangeiros já não vai reunir-se com Venâncio Mondlane durante a visita a Maputo.
O candidato presidencial moçambicano alegou “questões de segurança” para a não realização do encontro com Paulo Rangel.
“Durante o dia de ontem [quarta-feira] houve uma escalada de violência e devido a questões de segurança teve de se recolher, o que motivou não se realizar o encontro, também tendo em conta a agenda apertada do ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal”, disse fonte próxima de Venâncio Mondlane, agência Lusa.
Rangel está em Maputo onde assistiu, na quarta-feira, à investidura de Daniel Chapo como Presidente da República de Moçambique. Após a cerimónia, disse que Portugal estava disponível para apoiar a mediar a crise pós-eleitoral, mas mostrou-se otimista em que não fosse necessário.
“Eu acho que o processo pode até dispensar essas ajudas, ou pelo menos uma mediação formal, porque todas as partes me parecem, sinceramente, por aquilo que eu posso testemunhar, especialmente agora, já cá – mas antes disso também, por contactos que tinha vindo a fazer -, que há uma vontade, realmente, de fazer desta crise uma oportunidade”, disse o chefe da diplomacia portuguesa.
Na altura confirmou também a reunião com Mondlane, que, afinal, não viria a ocorrer.
“Também falaremos com ele [Mondlane], com certeza, isso está previsto. Está previsto falar com todos e, portanto, com certeza que a predisposição de Portugal é sempre ajudar. Nós não podemos substituir-nos, obviamente, de maneira nenhuma, não queremos interferir na soberania de Moçambique, mas achamos que há aqui uma oportunidade para se criar uma agenda de consenso, de reformas por um lado institucionais e por outro lado com certeza económicas e sociais”, disse.
Sublinhe-se que a cerimónia de investidura ficou marcada por novos confrontos entre a polícia e apoiantes de Venâncio Mondlane, que continua a impugnar os resultados eleitorais, há registo de pelo menos cinco mortos em Maputo.