O Patriarca de Lisboa lamentou esta quarta-feira que, nos últimos tempos, tudo aquilo que envolve as forças de segurança de imediato se transforma em facto quase político, com leitura política. Rui Valério falava em concreto da PSP.
No final da missa de Natal na Sé de Lisboa o patriarca sublinhou, contudo, que, independentemente das circunstâncias que a capital portuguesa está a viver no presente, “nunca deixa de ser uma cidade acolhedora, uma cidade de esperança”.
“Todas as forças vivas que a compõem, que a constituem, estão verdadeiramente empenhadas e até comprometidas com o bem comum e, sobretudo, com a promoção da dignidade de cada ser humano”, acrescentou.
Rui Valério, citado pela agência Lusa, disse saber que a polícia, na sua atuação, “nunca faz nada arbitrariamente, nem porque sim, nem porque lhe apetece”.
“Nós sabemos que a nossa PSP tem uma das mais prestigiadas escolas, que é o ISPSI, o Instituto Superior de Ciências Policiais de Segurança Interna, que tem um reconhecimento internacional pela sua competência científica. Tudo aquilo que é a atuação concreta no terreno das nossas forças de segurança é nesse laboratório científico delineado, planeado. […] Posso garantir que tem uma dimensão ética muito profunda”, salientou.
“Nessa dimensão ética há aí um princípio que é basilar. […] Nunca a polícia usa meios que sejam desproporcionais com os fins a que se propõem. Nós somos uma sociedade que só com mãos dadas, cooperando, construindo pontos, incitando e experimentando e ensaiando entendimentos, é que, como sociedade portuguesa, continuaremos o rumo da história, que é a história de Portugal”, sustentou.