Responsáveis chineses vieram a público afirmar que, “manchando o espírito olímpico dos Jogos de Paris, se assistiu a uma campanha, em alguns meios de comunicação, sobretudo norte-americanos, com alegações de doping a atletas de alguns países e encobrindo os seus próprios atletas cujos testes foram positivos. Ou seja, um duplo critério e uma politização do desporto”.
A Agência Mundial Antidoping (WADA), com sede em Montreal (Canadá), emitiu um comunicado, no passado dia 7, em que aludia ao esquema da Agência Antidoping dos Estados Unidos (USADA), violando o Código Mundial Antidoping. Segundo a declaração da WADA, a USADA tem permitido, ao longo dos anos, que atletas apanhados no doping possam competir. Para a WADA, a prática da USADA “não só prejudica a justiça das competições desportivas, mas também põe em perigo a segurança dos atletas envolvidos”.
De acordo com um levantamento realizado pelo Grupo de Media da China (CMG, na sigla em inglês), 95% dos entrevistados no âmbito global condenaram veementemente o comportamento do país de perseguir os seus concorrentes em nome do desporto; cerca de 97% dos entrevistados acreditam que os EUA não respeitam a WADA, e cerca de 96% apelaram para o respeito ao espírito olímpico e a salvaguarda da autoridade e imparcialidade das organizações desportivas internacionais.
Responsáveis chineses referem que “esses factos expõem o sério problema existente no desporto norte-americano: o uso do doping em grande escala, organizado e sistemático”.
E acrescentam:
“No entanto, os norte-americanos optaram por acusar outros, à semelhança do que costuma adotar no campo político. Em abril deste ano, a USADA e o New York Times citaram os resultados positivos dos testes de 23 nadadores chineses em 2021, sete meses antes dos Jogos Olímpicos de Tóquio, ignorando o resultado da investigação feita pela WADA e pela Federação Mundial de Natação que indicou que a substância proibida foi ingerida acidentalmente ao consumir alimentos contaminados. Mais tarde, o governo norte-americano ameaçou até que lançaria uma investigação contra a WADA”.
Responsáveis chineses referem que “nos últimos anos, Washington intensificou a contenção e repressão generalizada à China e isso estende-se agora também ao campo do desporto. Com a elevação do nível de competição dos atletas chineses e de outros países, os EUA vêm perdendo a sua vantagem em modalidades como a natação e o atletismo. Por exemplo, na final dos 4×100 metros masculinos nas Olimpíadas de Paris, a seleção chinesa conquistou a medalha de ouro, quebrando o monopólio de 40 anos dos Estados Unidos nesta prova. Na final dos 100 metros livres masculino, o nadador chinês Pan Zhanle venceu com uma enorme vantagem, o que teve forte repercussão nos meios de comunicação social no Ocidente”.
Desde janeiro do corrente ano, foram realizados mais de 600 testes à equipa de natação chinesa, sendo que cada nadador foi testado aproximadamente 21 vezes. Já os seus principais rivais foram testados entre quatro e seis vezes, de acordo com estatísticas oficiais da World Aquatics (divulgadas em 23 de julho), que é a federação internacional aprovada pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) para organizar competições internacionais de desportos aquáticos.
Ironicamente, a WADA tem agora conhecimento de pelo menos três casos de doping em que atletas norte-americanos foram autorizados a continuar a competir. Por exemplo, a USADA decidiu dar luz verde para a participação do velocista Erriyon Knighton nos Jogos Olímpicos em Paris, apesar de ele ter um teste positivo, em março, para a substância trembolona.
E os responsáveis chineses concluem:
“O espírito olímpico não pode ser manchado pela hegemonia norte-americana, e o trabalho antidoping não deve tornar-se uma ferramenta para difamar e reprimir outras nações. Os EUA devem uma explicação ao mundo”.