Escrevo sobre segurança há muitos anos e, de tempos a tempos, a história repete-se. Quando há crises económicas, aumento do número de toxicodependentes e aumento da imigração, é natural que os números de criminalidade aumentem, aqui ou em qualquer outra parte do mundo. É um cocktail com todos os ingredientes que é apimentado pelo secretismo que alguns pretendem dar ao fenómeno.
Defendo precisamente o contrário, pois acho que só revelando o que se está a passar é que se pode atacar o fenómeno. No que diz respeito à crise económica, é óbvio que vários ministérios têm de ser chamados a intervir, até para resolver problemas de desemprego e de perda de casas, por exemplo. Se o desemprego não está muito alto, mas as pessoas não conseguem pagar os seus empréstimos é natural que, algumas, o vão tentar de formas menos lícitas. Já quanto à toxicodependência, uma área onde tínhamos sido pioneiros, distraímo-nos com a covid e com as hordas de novos toxicodependentes que começaram a chegar, de novo, às imediações do antigo Casal Ventoso, ficando agora pela Avenida de Ceuta, bem como a vários bairros problemáticos do Porto. A equipa do já histórico João Goulão, uma autoridade na matéria, começou a ser desmantelada, mas, agora, perante o aumento exponencial voltou a ser chamado para pôr ordem na casa.
Muitos dos toxicodependentes só têm uma porta para comprar a droga: a criminalidade, seja nos assaltos ou na prostituição. Já no que diz respeito à imigração, há milhares e milhares de imigrantes que querem é fazer a sua vidinha tranquilamente, mas depois há os outros, uma imensa minoria, que se juntam ao que já existia em Portugal. Falo de imigrantes, por norma, desempregados ou que entraram na toxicodependência e que não têm outra forma de conseguir dinheiro para o vício ou tão só para um quarto, que não seja dedicarem-se à criminalidade. Penso que o aumento do sentimento de insegurança deve ser atacado em várias frentes, mas, talvez em primeiro lugar, seja preciso tirar milhares de pessoas das ruas. Nem que tenhamos que transformar contentores em casas, à semelhança do que fizeram os alemães em 2015, para acabar com esse sentimento de insegurança. É preciso ‘chamar’ os líderes das diferentes comunidades e pedir-lhes ajuda para saber como se pode, ou não, integrar esses compatriotas. Depois é ver quem quer trabalhar, quem pode ser regularizado e se adapta à cultura europeia.
P. S. Não sei se passou despercebido, mas uma das empresas de TVDE decidiu criar uma aplicação para os utentes dos seus veículos poderem partilhar o estado da viagem, até para os familiares ou amigos saberem a que horas está prevista a chegada. Por que será que o fizeram?