Fotografias pessoais, obras de arte de grandes nomes do cubismo e do surrealismo e, claro, peças de vestuário que se tornaram ícones da moda do século XX. Coco Chanel, além da moda, a exposição que é inaugurada amanhã no Centro Cultural de Cascais, mostra a célebre designer na intimidade, procurando reconstituir também o universo cultural e mental em que se movia, bem como as suas ligações às vanguardas.
Nas palavras de Maria Toral, curadora da exposição, «Chanel soube aproveitar todas as fontes ao seu redor e interagiu intensamente com os mais destacados criadores e intelectuais do seu tempo».
Filha de uma lavadeira e de um vendedor ambulante, Gabrielle Chanel teve uma infância pobre e triste. Depois da morte da mãe, quando ela tinha doze anos, o pai abandonou-a e às suas irmãs. As origens mais que modestas não a impediram de se afirmar no elegante mundo da moda. Começou como costureira, abrindo uma chapelaria em Paris em 1910, seguindo-se uma boutique em Deauville. Com a sociedade em rápida mudança, libertou a moda feminina dos folhos, espartilhos e complicações que tinham feito sucesso em oitocentos. Foi tão bem sucedida que se pôde dar ao luxo de viver no Hotel Ritz de Paris – onde foram realizadas algumas das fotografias patentes na exposição de Cascais e onde viria a morrer de ataque cardíaco em 1971, aos 87 anos.