Na corrida ao lugar de João Cotrim Figueiredo, as escolhas dos candidatos para a comissão executiva da Iniciativa Liberal não podiam ser mais distintas. Com dois deputados e vários membros da direção do presidente demissionário, Rui Rocha aposta numa equipa com “experiência política”. Já Carla Castro apresenta uma lista com dispersão geográfica, voltada para os núcleos e composta por vários membros que foram candidatos em eleições anteriores.
Com 15 membros efetivos e cinco suplentes, a lista de Carla Castro conta com dois vice-presidentes, um secretário-geral e um tesoureiro. Apenas Paulo Carmona e a própria candidata à liderança transitam da atual direção. O gestor que integrou a lista de candidatos a deputados por Lisboa nas legislativas é o número dois de Carla Castro. Deixou o gabinete parlamentar dos liberais, onde era assessor, para ser diretor de campanha da deputada.
Filomena Francisco é outra das escolhas de Carla Castro para vice-presidente do partido. Além de ter sido candidata nas legislativas pelo círculo de Lisboa, segundo a biografia divulgada pela campanha, também está por trás do projeto “Género? Liberal!”, um programa que visa trazer mais mulheres para o partido.
Já o atual chefe de gabinete do Grupo Municipal da Iniciativa Liberal em Lisboa, João Cascão, é o escolhido da candidata para secretário-geral do partido.
Para o cargo de tesoureiro, Carla Castro aposta em João Leitão, membro fundador do núcleo de Coimbra e presidente da mesa do plenário desse mesmo núcleo.
Entre os restantes nomes, salta ainda à vista o do antigo secretário de Estado do Emprego, no Governo de Passos Coelho, Pedro Silva Martins, e um antigo bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas, Orlando Monteiro da Silva.
A lista conta com candidatos de vários pontos do país e há vários membros que fazem ou fizeram parte do gabinete de estudos do partido, que outrora foi coordenado por Carla Castro.
Na apresentação da lista, em Aveiro, Carla Castro referiu que a lista com que vai disputar as eleições com Rui Rocha tem “capacidade unificadora”, “sabe fazer crescer [o partido], a partir dos membros e da estrutural local” e representa “o partido que vai sair das redes sociais e vai para as ruas e para a sociedade com propostas, com trabalho e com oferta de mudança realista do panorama político português”. Como objetivos eleitorais para o ciclo que se segue, disse querer eleger na Madeira, duplicar nos Açores, onde há um deputado liberal, eleger nas Europeias e “chegar a terceira força política nacional”, lugar que é hoje ocupado pelo Chega.
Ao contrário da adversária, Rui Rocha mantém uma lista com 25 nomes, sendo que 14 transitam da atual direção.
Entre as escolhas para vice-presidentes, o candidato mantém Ricardo Pais Oliveira com o pelouro da estratégia e comunicação, e promove Ana Vasconcelos Martins, até aqui vogal na direção de Cotrim, atribuindo-lhe o pelouro da investigação e conhecimento. Ainda para vice-presidentes Angélique Da Teresa, deputada municipal em Lisboa, é uma das novas caras da Comissão Executiva e fica com o pelouro da política local. Caso Rui Rocha saia vitorioso, o deputado Bernardo Blanco também passa de vogal para vice-presidente, com o pelouro da política nacional.
Em mais um sinal de continuidade, Rui Rocha mantém o atual secretário-geral, Miguel Rangel, no mesmo cargo que ocupa desde a direção de Carlos Guimarães Pinto. Já a tesouraria fica nas mãos de Tiago Oliveira Martins, que foi candidato à Assembleia Municipal do Porto nas últimas eleições autárquicas.
No Clube Ferroviário de Lisboa, no passado sábado, Rui Rocha sublinhou a qualidade da lista, destacando “o equilíbrio entre a continuidade e a renovação” dos membros que a compõem e traçou como objetivos eleitorais para os próximos dois anos, eleger nas europeias, assim como nas eleições da Madeira, e criar um grupo parlamentar nos Açores.