O Presidente da Rússia formalizou, esta sexta-feira, a anexação de quatro regiões da Ucrânia – Zapoijia, Kherson, Lugansk e Donetsk -, frisando a “escolha clara” que as pessoas fizeram no momento de votar para os referendos.
"Assinámos o acordo sobre a entrada dessas repúblicas na Federação da Rússia", anunciou Vladimir Putin num discurso para toda a nação.
"Os nossos antepassados defenderam estas regiões. O povo fez a sua escolha inequívoca", apontou o líder russo, ao considerar a anexação das quatro regiões ucranianas ocupadas como o "passado histórico" do seu país.
Putin defendeu que "estas quatro regiões queriam fazer parte da Rússia", referindo-se aos resultados dos referendos: "as pessoas fizeram a sua escolha, e é a escolha definitiva".
Embora aponte que "as pessoas foram separadas da sua pátria quando a União Soviética se separou", o chefe de Estado russo afirmou que "a Rússia não pretende trazer de volta a União Soviética".
Ainda assim, reiterou: "Vamos defender o nosso território a todo o custo", o que significa para o líder russo um “aumento da segurança” nestas regiões agora anexadas.
Antes da cerimónia começar, Putin assinou o decreto com base nos recentes referendos que definem a separação das regiões da Ucrânia e a respetiva adesão à Federação Russa.
Tanto Kiev como o Ocidente rejeitam estes documentos, considerando-os “farsas” democráticas, uma vez que os votos violaram o direito internacional e inválidos.
Para reconhecer a independência de Kherson e Zaporijia, o Presidente russo sustende o direito de autodeterminação dos povos e os estatutos das Nações Unidas.
No caso de Kherson, região que faz fronteira com a península anexada da Crimeia, mais de 87% dos eleitores apoiaram a anexação russa, ao passo que mais de 93% dos participantes em Zaporijia apoiaram esta opção. Contudo, note-se que estes dados foram fornecidos por fontes pró-russas.