Passar o verão num palacete, numa villa ou numa herdade é para muitos sinónimo de férias de sonho e há alojamentos de luxo espalhados por Portugal para agradar a todos os gostos, mas que não estão ao alcance de todas as carteiras. Para quem prefere umas semanas de descanso com maior privacidade, sem abdicar de todas as comodidades que qualquer cadeia hoteleira oferece aos seus hóspedes, alugar é a solução ideal e há várias plataformas que dispõem desse serviço.
Conhecida pelos alojamentos mais económicos, a Airbnb também tem um portfólio de casas de férias que mais parecem hotéis, com a vantagem de que não fica limitado a um só quarto e a espaços partilhados com outros hóspedes. Nestes alojamentos, fixados na categoria de Airbnb Luxe, tem acesso a sala, cozinhas totalmente equipadas, varandas, jardins, piscinas, entre outras amenidades como um chef privativo ou um instrutor de ioga.
Entre as dezenas de alojamentos neste segmento de que a plataforma disponibiliza, os mais caros concentram-se na capital. É o caso de um loft em Marvila, Lisboa, onde uma estadia por uma semana no mês de agosto pode custar 60 mil euros. Os anfitriões fazem questão de referir a quantidade de equipamentos que há por explorar dentro da casa. Ora a piscina interior de água salgada, ora as quatro salas comuns, ora o serviço de chef privativo que pode ser pedido como extra.
Listado por cerca de 56 mil euros por semana, o Palácio Ramalhete na Rua das Janelas Verdes, onde até há bem pouco tempo morava a rainha da pop, Madonna, é considerada a casa mais elitista disponível para alugar em Lisboa. Este imóvel do século XVII dispõe de 15 quartos com vista privilegiada para o rio Tejo e mantém muita da sua traça original.
A sul, no Algarve, os preços mais altos rondam os 20 mil a 30 mil euros por semana, mas há opções mais em conta na Península de Setúbal ou na Comporta, onde os valores variam entre os 7 mil e os 15 mil euros por semana, dependendo do requinte da envolvência.
mercado não consegue dar resposta à procura por casas de luxo Além da Airbnb, há outras plataformas, como a Holidu, exclusivamente dedicadas à procura e reserva de casas de férias. Este motor de pesquisa compila um extenso catálogo de alojamentos de luxo, que vão desde lofts, quintas, chalés, casas de campo, apartamentos privados, villas, mansões e até mesmo castelos. Em dados recentes, a empresa com sede em Munique, na Alemanha, que já conta com escritórios em Portugal, apontou que o setor turístico já vê sinais promissores para outro verão recordista no mercado de alojamento de férias em Portugal.
Segundo a Holidu, mais de 77% dos alojamentos de férias já estão reservados em Portugal, e mais de 65% em Lisboa e arredores, tendo os seus clientes feito as reservas com bastante antecedência. Em 2019, de acordo com a Holidu, as estadias em Portugal foram reservadas com uma média de 90 dias de antecedência. Em 2021, a média era de 65,7 dias antes das férias.
Já o preço médio dos alojamentos de férias em Portugal no verão de 2022 rondam os 152 euros por noite e por propriedade. Em Lisboa e arredores, é ligeiramente superior, a rondar os 158 euros. Comparativamente a 2019, diz a plataforma, os viajantes gastaram em média este ano 22% mais nas suas férias.
Também a agência imobiliária de luxo Engel & Völkers faz um balanço positivo relativamente à procura de alojamentos premium para alugar entre janeiro e junho deste ano. Nos primeiros seis meses, a empresa alemã intermediou um total de 292 operações. Destas, 64 foram operações no mercado de arrendamento de primeira qualidade, o que representa um crescimento de 23,1% face ao mesmo período de 2021.
“O volume de arrendamentos premium registou um crescimento significativo no semestre, na ordem dos 55%, o que representa um valor superior a 1,4 milhões de euros”, salienta Juan-Galo Macià, Presidente da Engel & Völkers para Espanha, Portugal e Andorra.
Contudo, este é ainda um mercado pouco explorado em Portugal, cuja oferta ainda não consegue dar resposta à procura por casas de luxo, o que consequentemente se reflete nos preços dos alugueres.
“Do lado da oferta também se observa alguma escassez, em particular de propriedades no segmento premium, o que pressiona a subida dos preços quer na venda, quer no arrendamento”, explica o responsável.
Quanto ao futuro, o Presidente da Engel & Völkers para Espanha, Portugal e Andorra, refere que se atravessa “uma conjuntura económica dominada pela incerteza, quer pelos efeitos do conflito bélico na Ucrânia”, quer pelo impacto que a inflação poderá ter neste setor.
“Apesar disso,” assinala, “vamos continuar a reforçar os nossos investimentos tecnológicos, a aumentar o número de consultores imobiliários que colaborem sob a nossa marca e pretendemos continuar a nossa expansão em Portugal, assente no nosso bem-sucedido modelo de negócio”.