Dois reclusos da prisão de Alcoentre, com 34 e 42 anos, foram, na passada sexta-feira, constituídos arguidos por burlas qualificadas.
De acordo com um comunicado da Guarda nacional Republicana (GNR), "no âmbito de um inquérito que decorria há cerca de quatro meses e no qual se investigavam 30 burlas qualificadas, com proveito superior a 27 mil euros, para os suspeitos" foi dado cumprimento a dois mandados de busca às celas de dois reclusos do Estabelecimento Prisional de Vale de Judeus.
Estes resultaram na "apreensão de um telemóvel, dois cartões SIM e diversos apontamentos relacionados com as burlas praticadas pelos suspeitos, nomeadamente registos de nomes, valores e dados bancários dos lesados", informa a autoridade.
Os reclusos faziam-se passar por Inspetores da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), Autoridade para as Condições do trabalho (ACT) ou outras entidades, e "a partir do estabelecimento prisional efetuavam chamadas telefónicas para estabelecimentos comerciais de todo o país, sobretudo restaurantes, invocando a existência de irregularidades no estabelecimento e solicitando o pagamento imediato de uma coima, através de transferência bancária, para assim evitar uma alegada inspeção ao local com consequências mais gravosas", adianta a GNR.
Como alerta, a GNR explica que "as entidades de fiscalização oficiais não contactam as pessoas/estabelecimentos via telefone sob “ameaça de fiscalização” ou qualquer outro tipo de ação".