Inês Sousa Real, porta-voz do PAN e deputada na Assembleia da República, revelou ao Nascer do Sol um desmentido relativo às acusações de que foi alvo, através de uma denúncia a que o jornal teve acesso. A deputada é acusada de, alegadamente, ser dona, junto com o marido, das empresas de produção agrícola Berry Dream Lda. e Red Fields Lda., que, lê-se na denúncia, praticariam formas de agricultura intensiva, com recurso a estufas e embalagens de plástico, na produção de frutos vermelhos.
Confrontada pelo Nascer do Sol, a deputada do PAN, através da assessoria de comunicação do partido, começou por confirmar que, em tempos, participou efetivamente nas empresas em questão, estando agora desassociada de uma delas, e em processos de cessão de quotas relativamente à segunda. Sousa Real foi «sócia da empresa Berry Dream, Lda.», da qual foi detentora de 50% do capital e sócia-gerente até 12 de outubro de 2013, «tendo procedido à cessão de quotas». Já relativamente à Red Fields, Lda., «cuja constituição de sociedade data de março de 2014, com detenção de 25% do capital social e não tendo nunca exercido funções de sócia-gerente, encontra-se em fase de finalização o processo de cessão de quotas».
Inês Sousa Real aproveitou ainda para declarar que o cesse de «qualquer tipo de participação nas empresas referidas» foi feito «de forma a que não se colocassem potenciais questões quanto a eventuais incompatibilidades com o exercício de cargos públicos e/ou políticos, como é o mandato de deputada parlamentar». A deputada garantiu ainda que nenhuma das empresas em que, em tempos, esteve envolvida «recorre ao uso de estufas ou à produção intensiva ou superintensiva»,
O pedido de esclarecimento surgiu após a deputada ter sido acusada de utilizar ferramentas e estratégias de produção agrícolas contrárias àquelas defendidas pelo próprio PAN, como estufas e produção fora de época, com recurso a pesticidas e fertilizantes, bem como o uso de embalagens de plástico. Mais, a mesma fonte acusou os impactos ambientais das deslocações de milhares de quilómetros que seriam feitas por estas mesmas empresas, na exportação e distribuição dos produtos em causa.
«Posto isto, não corresponde à verdade que a porta-voz do PAN seja gerente das empresas, nem que as produções em causa se encontrem a ser produzidas em estufas ou através de modos de produção danosos para o meio e contrários aos princípios defendidos pelo PAN», conclui a resposta da deputada.