A disseminação da variante Delta no último mês tem vindo a pressionar aos poucos os hospitais portugueses, indica o relatório semanal de linhas vermelhas da Direção-Geral da Saúde (DGS) e do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), divulgado esta sexta-feira.
Ainda que o risco de contaminação tenha diminuído nos grupos etários mais velhos em relação à população em geral, o relatório aponta que, nas próximas semanas, há a possibilidade de uma subida de casos nesta faixa que poderá “vir a condicionar um aumento de número de internados e eventualmente do número de óbitos”.
Uma certeza é de que o número de internados em unidades de cuidados intensivos está a subir e atinge agora os “70% do valor crítico definido de 255 camas ocupadas”. Esta percentagem cresceu dois valores em relação à semana passada (68%).
Atualmente, a variante B.1.617.2, conhecida por Delta e associada à Índia, é a estirpe dominante da covid-19 em Portugal, tendo representado na semana de 5 a 11 de julho, uma “frequência relativa de 94,8% dos casos avaliados”.
Quanto ao índice de transmissibilidade, o relatório revela que o “R(t) apresenta valores superiores a 1 a nível nacional (1,07)”, uma vez que em todas as regiões do país há uma “tendência crescente da incidência de infeções por SARS-CoV-2″, nomeadamente “mais acentuada nas regiões Norte e Alentejo, que apresentam um R(t) de 1,16 e 1,11, respetivamente”.
Sobre a taxa de incidência acumulada de infeções por 100 mil habitantes em 14 dias, a DGS e o INSA indicam que também se detetou uma “tendência crescente a nível nacional”, tendo sido de “427 casos” em Portugal.
Assim sendo, o país, a nível nacional, já ultrapassou o limite de 240 casos estabelecidos pela taxa de incidência acumulada a 14 dias, tal como nas regiões Norte, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve.
Já a região Centro, se manter “a taxa de crescimento atual”, poderá atingir os mesmos valores das restantes regiões num período de tempo inferior a 15 dias.
A DGS e o INSA também revelam que a proporção de testes positivos à covid-19 aumentou na última semana, ao subir de 4,9 para 5,2%. O que indica que o valor está ainda “acima do limiar definido de 4%. Porém, o relatório frisa que também se registou um aumento de número de testes realizados nos últimos sete dias.
Já em relação ao isolamento dos casos positivos, o documento afirma, que nos últimos sete dias, pelo menos 86% dos contagiados pela covid-19 foram isolados em menos de 24 horas após a notificação "e, no mesmo período, foram rastreados e isolados, quando necessário, todos os contactos em 73% dos casos".