A TAP iniciou, esta quinta-feira, o processo de despedimento coletivo, ao dispensar 124 trabalhadores na sequência da “restruturação da companhia aérea”.
Para a empresa, este leque de despedimentos representa “uma redução muito expressiva” em relação ao número – 2.000 – de colaboradores que se previa dispensar em fevereiro, e que é exigido pelo Plano de Restruturação da TAP, “em apreciação pela comissão europeia”.
“A nossa principal prioridade sempre foi promover e encorajar medidas voluntárias e, no caso das saídas, com compensações mais elevadas do que as previstas na lei. Concentrámo-nos em gerir o processo com dignidade e respeito pelas pessoas, com todos os casos avaliados individualmente. Globalmente, estes esforços extraordinários reduziram significativamente o objetivo inicial de redução de efetivos no plano de reestruturação”, apontou a presidente executiva da TAP, que assumiu o cargo recentemente, Christine Ourmières-Widener, em comunicado.
Segundo a companhia aérea, o Plano de Restruturação em decurso irá “ajustar a capacidade e estrutura de custos da TAP à realidade operacional atual e às projeções para os próximos anos”.
Devido à pandemia de covid-19, a TAP indicou que as projeções observam uma recuperação “particularmente lenta da procura”, uma vez que a companhia aérea não conseguirá chegar antes de 2024/25 aos níveis atingidos no ano de 2019.
Em comunicado, a empresa referiu que, entre fevereiro e junho, foram promovidas várias “fases de medidas voluntárias” na TAP, como também foram apresentadas vagas na Portugália.
“Lamentamos todos os cortes de postos de trabalho causados pela pandemia, na indústria aérea e noutros sectores, contudo temos de assumir um compromisso firme com o plano de reestruturação. A sobrevivência e recuperação sustentável da TAP depende da implementação efetiva do plano”, lamentou Christine Ourmières-Widener.
Recorde-se que o governo apresentou o plano de reestruturação da TAP, em dezembro, no qual apontava para o despedimento máximo de 2.000 pessoas, cortes de 25% nos salários superiores a 900 euros e apoios que podem atingir 3,7 mil milhões de euros até 2024.