A investigação científica sobre a origem de Cristóvão Colombo encontrava-se estagnada há 16 anos, à espera do avanço tecnológico que pudesse desvendar “uma das maiores questões da história”, recordou a Universidade de Granada (UGR) em comunicado de imprensa. Agora, arrancará a reta final desta investigação, com o estudo “definitivo” do ADN dos restos do esqueleto do descobridor da América e ainda de dois dos seus parentes, o seu filho Hernando e o seu irmão Diego.
Com o auxílio de cinco laboratórios de identificação genética na Europa e na América, que trabalharão de forma independente e isolada, a equipa multidisciplinar desta pesquisa tentará “lançar luz sobre a origem do navegador”, em torno do qual circulam inúmeras teorias que têm posto em causa a mais conhecida que indica que Colombo era “um filho genovês de uma família de tecelões”.
Desde 2003, que os restos mortais de Cristóvão Colombo e dos seus familiares permanecem protegidos numa sala blindada da Universidade de Granada aguardando o momento em que “se poderia começar a fase mais decisiva e que mais tempo tem exigido até que a engenharia genética avançada estivesse disponível para garantir maiores chances de sucesso”, avançou uma das entidades colaboradoras do projeto ao El Conficencial.
Somente em 2005 foi concluída a extração do primeiro lote de análise, momento esse em que os pesquisadores decidiram interromper o estudo devido às limitações tecnológicas: “Estávamos a gastar muitos gramas de osso para conseguir pouquíssimas informações”, revelou José Antonio Lorente, especialista em medicina forense e um dos responsáveis pela investigação, na conferência de imprensa realizada esta quarta-feira, onde foi apresentada a fase final do projeto.
Segundo Lorente, em depoimentos recolhidos pela agência EFE, o contexto atual vai permitir uma melhoria “drástica” tanto na extração de ADN dos ossos, em quantidade e qualidade, como nas análises posteriores.
Apesar de os investigadores indicarem que a aceitação maioritária da origem italiana de Cristóvão Colombo não é questionada, o responsável pela investigação explica que este estudo pode render “dados objetivos que permitirão chegar a uma conclusão”.
A previsão é de que em cerca de oito semanas sejam obtidos os primeiros resultados, que serão gerados progressivamente até que as conclusões sejam apresentadas, esperam os investigadores, a 12 de outubro deste ano.