Médico diz que Valentina “dificilmente teria sobrevivido” às lesões

Médico diz que Valentina “dificilmente teria sobrevivido” às lesões


Perito não soube precisar hora da morte, mas calculou que menina teria de ter sido socorrida uma a duas horas após as agressões para tentar evitar o óbito.


O médico Carlos Durão foi ouvido, esta quarta-feira, pelo coletivo de juízes do Tribunal de Leiria, sobre a morte de Valentina, da qual o pai e a madrasta estão acusados, arriscando uma pena de 25 anos de prisão, conforme o pedido do Ministério Público (MP).

Para o perito, a menina dificilmente teria sobrevivido às agressões que o pai lhe infligiu. "Devido à gravidade das lesões, nomeadamente à hemorragia cerebral, dificilmente teria sobrevivido. Ou ficaria em estado vegetativo", afirmou Carlos Durão, ouvido em tribunal através de videoconferência, e citado pelo Jornal de Notícias.

Questionado acerca da data exata da morte de Valentina, Carlos Durão sublinhou que não podia precisar. "A medicina não é uma ciência exata", disse, acrescentando que "a morte aconteceu algum tempo depois das agressões, mas não podemos precisar”.

Perante a insistência dos magistrados, o médico referiu que para evitar a morte de Valentina, face às lesões que apresentava, teria de ter sido socorrida uma a duas horas depois. "Não posso precisar", sublinhou novamente.

Após o depoimento do médico, a procuradora do MP manteve o pedido de condenação do pai e da madrasta de Valentina, a uma pena de 25 anos de prisão, cada um, pela coautoria do crime de homicídio e de profanação de cadáver.

"Resultou de forma evidente que o perito não soube indicar a hora da morte, mas esclareceu que se a menor tivesse tido assistência, hora a hora e meia depois, a sua morte podia ter sido evitada", defendeu a procuradora.

A leitura do acórdão ficou marcada para 21 de abril, na Batalha.