A embaixadora da UE na Venezuela, a portuguesa Isabel Brilhante Pedrosa, foi avisada pelo governo de Nicolás Maduro que terá 72 horas para abandonar o país, após ter sido considerada "persona non grata".
Foi Jorge Arreaza, ministro venezuelano de Relações Exteriores, que anunciou a decisão, revelando em declarações à televisão estatal venezuelana que "as circunstâncias não deixam opção (…).A República da Venezuela é irrevogavelmente livre e independente", informando de seguida que tinha sido dado um prazo à embaixadora da UE para deixar o país.
A Assembleia Nacional (AN) venezuelana votou por unanimidade a expulsão da embaixadora da UE do país e a sua consideração como "persona non grata". Esta resolução nasce das novas imposições colocadas ao governo de Nicolás Maduro pela União Europeia, que adicionou 19 pessoas do Executivo venezuelano à lista de personalidades a ser sancionadas, devido às eleições parlamentares de dezembro do ano passado, que a UE considerou "pouco transparentes" e "pouco inclusivas".
O presidente da AN, Jorge Rodríguez, disse levantar as mãos para "pedir que se declare a representante da UE pessoa não grata", para "apelar a que se revisem as condições em que existe um escritório (de representação) da União Europeia aqui na Venezuela" e "para condenar uma ação contra venezuelanas e venezuelanos, sanções que são contra a soberania da Venezuela, contra o nosso gentilício de seres humanos dignos, leais à pátria de Bolívar (Simón)".
Foi ainda votado por unanimidade um voto de condenação às "ações, medidas coercitivas unilaterais, grosseiras, ilegais, emitidas pela União Europeia, contra 19 altos funcionários do Poder Público venezuelano", como o mesmo o definiu.
Não é, no entanto, a primeira vez que Isabel Brilhante Pedrosa se vê envolvida num processo de expulsão do país. Em maio de 2020, Nicolás Maduro, presidente do país, ordenou a sua expulsão, dando-lhe um espaço de tempo de 72 horas para abandonar a Venezuela. Uma decisão tomada, novamente, após sanções aplicadas pela UE ao Governo de Maduro.
A decisão acabou por não se concretizar, mas os tempos recentes parecem mostrar que o governo de Nicolás Maduro está empenhado em isolar-se da União Europeia e retirar do país a sua presença.
(Noticia atualizada às 18h21)