Várias passageiras de um voo da Qatar Airways de Doha para Sydney foram obrigadas a submeter-se a exames ginecológicos depois de ter sido descoberto um recém-nascido abandonado no aeroporto.
O Governo da Austrália, país de onde eram pelo menos 13 das passageiras tiradas do avião e submetidas aos exames médicos invasivos, já reagiu, tendo sublinhado o tratamento “ofensivo, altamente inapropriado” a que foram sujeitas aquelas mulheres.
“Os relatórios indicam que o tratamento dado a estas mulheres foi ofensivo, altamente inapropriado, e para além disso, elas poderiam ter sido informadas e concedido livremente os exames", disse um porta-voz do Governo australiano à CNN.
A própria ministra das Relações Exteriores da Austrália, Marisa Payne, afirmou estar chocada e "profundamente preocupada com o tratamento inaceitável", tendo acrescentado que nunca tinha ouvido falar em nada do género ao longo da sua vida.
O governo revelou ainda que tinha apresentado um protesto formal às autoridades do emirado e que está a prestar apoio psicológico e jurídico às passageiras afetadas. Uma testemunha, que não foi submetida aos exames por ter 60 anos, contou ter visto várias mulheres jovens a chorar ao regressar a bordo. A polícia abriu uma investigação.
O episódio ocorreu a 2 de outubro, mas os factos só agora foram revelados. Os responsáveis do aeroporto sublinharam, em comunicado, que seguiram “o conselho dos médicos, “que estavam preocupados com o bem-estar da mulher que tinha acabado de dar à luz”. O voo foi atrasado por quatro horas. Não se sabe se se registaram situações semelhantes com passageiras noutros voos.
O bebé abandonado está bem e encontra-se ao cuidado dos serviços sociais. A mãe não foi encontrada.