Seis anos antes, o encontro fizera faísca. Ou, pelo menos, pela forma contida como António de Oliveira Salazar se apresentava em público, soltara uma pequena faúlha. O encontro entre o presidente do Conselho e a jornalista francesa Christine Garnier, nascida em Troisvaux, perto do Pas-de-Calais, em janeiro de 1915, com o nome de família de Raymonde Germaine Cagin, quero eu dizer.
Christine, que também assinava sob o pseudónimo de Doéllé, alimentara um romance na sua hagiografia Vacances avec Salazar, dando do velho ditador a imagem paternalista de uma figura romanticamente devotada à sua pátria. Desta vez, tentou ir mais além no pensamento político de Salazar, talvez para lhe juntar uma certa dureza mais própria do Estado totalitário que tanto ajudara a enraizar: “Pode fazer-se política com o coração, mas só se pode governar com a inteligência”.
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