Vítimas de exposição ao amianto são grupo  de risco, alerta Quercus

Vítimas de exposição ao amianto são grupo de risco, alerta Quercus


Associação diz que os doentes crónicos, com patologias provocadas pela exposição ao amianto, não estão referenciados pela Direção-Geral da Saúde.


As pessoas que estiveram expostas ao amianto podem ter sintomas agravados se forem infetadas com o novo coronavírus. Segundo a Quercus, as vítimas desta exposição constituem mesmo “um grupo de risco”, “devido à sua fragilidade imunitária e respiratória”. A associação diz-se mesmo preocupada com a falta de acompanhamento a estes doentes.

“As principais doenças provocadas pelo amianto são as doenças malignas, principalmente o mesotelioma pleural e o cancro do pulmão e da faringe. Além da diminuição da imunidade, também provocam problemas respiratórios graves. Outra doença provocada pelo amianto é a asbestose pulmonar que, apesar de benigna, provoca insuficiências respiratórias graves (DPOC)”, começa por explicar a associação.

A Quercus explica ainda que segundo o que já se apurou o novo coronavírus “afeta principalmente as pessoas com diminuição das suas defesas imunitárias, como é o caso dos doentes com cancro e os doentes com insuficiências respiratórias graves, causando pneumonias virais bilaterais graves, que têm constituído a principal causa de mortalidade dos doentes infetados por este vírus”.

A associação ambientalista é por isso categórica ao afirmar que os pacientes com doenças provocadas pelo amianto, sejam neoplasias ou insuficientes respiratórios crónicos “têm uma vulnerabilidade acrescida”. E defende um reforço da proteção destes doentes.

A forma mais eficaz de proteger estes pacientes, frisa a Quercus, é cumprir as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), nomeadamente o isolamento e afastamento social: “Mas, caso estas medidas de isolamento não sejam suficientes e se verifique infeção pelo novo Coronavírus, a Quercus e a SOS AMIANTO alertam para a importância de atenção particular aos referidos pacientes, recomendando acompanhamento médico permanente em caso de infeção”.

Quercus preocupada com falta de acompanhamento 

Segundo a Quercus os doentes crónicos, com patologias respiratórias provocadas pela exposição ao amianto, “não estão referenciados pela Direção-Geral da Saúde, não sendo contactados no que respeita à proteção de um possível contágio com a covid-19”. 

“É neste contexto que a SOS AMIANTO da Quercus manifesta a sua preocupação com esta situação de pandemia que tem atingido praticamente todos os países a nível mundial”, refere a associação, chamando a atenção para a importância de estas pessoas respeitarem o isolamento, as normas de higienização e uma alimentação saudável.

“Doentes vítimas de amianto sofrem frequentemente de outras doenças, como a diabetes, que devem estar compensadas. Se verificarem descompensação da diabetes devem contactar o médico assistente”, dizem, alertando para a necessidade de estas pessoas contactarem de imediato a Linha SNS 24 (808 24 24 24), caso sintam sintomas como febre, tosse ou falta de ar.

A Plataforma SOS AMIANTO (www.sosamianto.pt) da Quercus a disponibilizou entretanto recomendações que visam garantir apoio e orientações sobre o que fazer para prevenir e proteger estes doentes.