Função Pública. Greve geral afeta escolas, hospitais e transportes

Função Pública. Greve geral afeta escolas, hospitais e transportes


Greve começa à meia noite de sexta-feira


Onde quer que ande durante o dia de amanhã, o mais provável é que seja afetado pela greve geral da função pública. Os trabalhadores do Estado começam à meia noite a contestar a proposta de aumento salarial de apenas 0,3% para a Administração Pública, numa manifestação que afetará escolas, hospitais, transportes públicos e ainda outros setores.

Durante o dia de amanhã são várias as estruturas em greve, nomeadamente a Federação de Sindicatos da Administração Pública (Fesap), a Frente Comum (CGTP), a Frente Sindical liderada pelo Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (UGT), a Fenprof (CGTP), a Federação Nacional dos Sindicatos dos Enfermeiros e a Federação Nacional dos Médicos.

Esta é a sexta greve geral da função pública. Contudo, é a primeira desde que o atual Governo liderado pelo primeiro-ministro António Costa tomou posse, em outubro passado. Acontece a menos de uma semana da votação final global da proposta de Orçamento do Estado para 2020, que está marcada para 6 de fevereiro.

De notar que o Governo convocou novamente as organizações sindicais para uma reunião no próximo dia 10 de fevereiro, apenas quatro dias após essa mesma votação final global do Orçamento do Estado 2020.

“A Fesap recusa a ideia de que a proposta de Orçamento do Estado para 2020 esteja fechada antes da votação final global que terá lugar a 6 de fevereiro e consubstanciará as reivindicações dos trabalhadores em ações de luta que incluem, entre outras, a greve do dia 31 de janeiro”, lê-se num comunicado desta Federação.

Ao nível das escolas e dos hospitais são dos setores onde se espera uma maior adesão desta greve. Para além do aumento salarial, os professores pedem ainda um reconhecimento do tempo de carreira congelado.

Aos jornalistas, Filinto Lima, presidente da Associação nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas, disse hoje que os pais devem ter um plano B preparado, visto estar previsto uma das maiores paralisações de sempre no país.
“Todos os fatores se combinam para que tenhamos das maiores greves de sempre nas escolas e também nos serviços públicos. Falei com várias direções de escolas, e a minha perceção é de que iremos ter das maiores greves no nosso país”, afirmou Filinto Lima.

Quanto à saúde, médicos e enfermeiros têm várias exigências. Os primeiros exigem melhores condições de trabalho e a renegociação da Carreira Médica,  enquanto os segundos pedem o recomeço das negociações sobre o Acordo Coletivo de Trabalho. Ambos exigem um combate à violência na saúde.

Já Sebastião Santana, da Frente Comum, contou estar à espera de “milhares e milhares de pessoas em Lisboa para mostrar o seu descontentamento perante as medidas que o Governo apresentou e o desrespeito absoluto pelos trabalhadores da administração pública”.

Para além de todos estes setores, também as forças de segurança aderiram a esta manifestação nacional. A Comissão Coordenadora Permanente dos Sindicatos e Associações dos Profissionais das Forças e Serviços de Segurança aderiu para exigir “aumentos reais dos salários”. 

Num comunicado, a Comissão afirma considerar “inadmissível que o Orçamento do Estado mantenha pelo 11.º ano consecutivo a impossibilidade de aumentos reais dos salários”. A manifestação nacional desta estrutura começa amanhã pelas 14h30, saindo do Marquês de Pombal em direção à Assembleia da República, em Lisboa.