A Câmara de Lisboa fez um contrato por ajuste direto no valor de 123 mil euros com António Mega Peixoto, filho do blogger que receberia dinheiro para escrever bem de José Sócrates no blogue Câmara Corporativa, assinando sob o pseudónimo Miguel Abrantes.
A avença mensal foi comunicada no portal Base, onde constam as informações sobre os contratos públicos.
Este não é sequer o primeiro contrato entre Mega Peixoto e a autarquia, já em 2015 e 2017, trabalhava como prestador de serviços na área da assessoria política, com avenças de 58 mil euros e 136 mil euros, respetivamente.
Sublinhe-se que o assessor político de Fernando Medina e o pai, António Peixoto, estão a ser investigados no âmbito da Operação Marquês, pela suspeita de falsificação de uma certidão.
De acordo com a acusação do Ministério Público, Mega Peixoto terá recebido durante dez anos, 3550 euros mensais de José Sócrates, valor que era destinado ao seu pai, que foi autor, entre 2005 e 2015, de textos favoráveis ao antigo primeiro-ministro e contra os seus opositores publicados no blogue Câmara Corporativa. As opiniões eram assinadas sob o nome Miguel Abrantes, que mais tarde se descobriu ser António Peixoto.
Pai e filho serão ouvidos em tribunal pelo juiz de instrução Ivo Rosa, tendo sido arrolados como testemunhas do arguido Rui Mão de Ferro.