A Autoridade Tributária efetuou esta semana buscas em várias instalações do grupo de cabeleireiros Inês Pereira, com sede no Porto. Em causa estão suspeitas de existência de uma contabilidade paralela, envolvendo uma sociedade offshore, o que pode ter lesado o Estado em milhões de euros.
O inquérito, destinado a averiguar a existência de fraude fiscal e branqueamento de capitais, está a cargo da Direção de Finanças do Porto, dirigido pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) do Porto, e visa a cadeia de cabeleireiros Inês Pereira.
O grupo, com cerca de 100 colaboradores e 20 mil clientes, tem vários estabelecimentos no grande Porto e é conhecido por atender figuras do chamado jet-set, segundo o Jornal de Notícias.
No mesmo dia em que foram feitas as buscas, aos salões de cabeleireiro mas também a residências e a escritórios, que foram acompanhadas do início ao fim por agentes da PSP, quatro pessoas foram constituídas como arguidas.
Confrontada pelo Jornal de Notícias, Inês Pereira, detentora do grupo e a principal suspeita de fraude e evasão fiscal, disse ter sido alvo de "fiscalização normal, como acontece em muitos sítios", garantindo que não conhecia qualquer inquérito criminal.
A investigação diz respeito apenas aos últimos cinco anos do grupo, centra-se nos vários indícios de que os valores que eram pagos pelos clientes em dinheiro não entravam na contabilidade oficial, não sendo por isso comunicados ao fisco, eram antes desviadas para uma sociedade offshore.
As autoridades calculam que o esquema de contabilidade paralela possa ter lesado o Estado em milhões de euros.